ATA DA CENTÉSIMA SEXTA
SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 04-11-2013.
Aos quatro dias do mês de
novembro do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Dr.
Thiago, João Carlos Nedel, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Paulinho Motorista,
Paulo Brum, Rodrigo Maroni e Tarciso Flecha Negra. Constatada a existência de
quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Any Ortiz,
Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna,
Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Derly, Lourdes Sprenger, Luiza
Neves, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Nereu
D'Avila, Pedro Ruas, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Sofia
Cavedon, Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foi encaminhado o Projeto de
Lei do Legislativo nº 332/13 (Processo nº 2909/13), de autoria da vereadora Any
Ortiz. Do EXPEDIENTE, constaram Ofícios do Fundo Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde, emitidos no dia vinte e um de outubro do corrente. Durante
a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Septuagésima Oitava, Septuagésima
Nona, Octogésima, Octogésima Primeira, Octogésima Segunda e Octogésima Terceira
Sessões Ordinárias. Após, por solicitação do vereador Cassio Trogildo, foi
efetuado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao senhor Esperidião José
Curi, falecido no dia trinta e um de outubro do corrente. Também, foi aprovado
Requerimento verbal formulado pelo vereador Clàudio Janta, solicitando
alteração na ordem dos trabalhos. A seguir, o senhor Presidente concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor Pedro de Almeida, Presidente do Grêmio
Esportivo Ferrinho, que discorreu sobre projetos desenvolvidos pela entidade
que preside. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
vereadores Pedro Ruas, Alberto Kopittke, Mario Fraga, Reginaldo Pujol, Tarciso
Flecha Negra e Engº Comassetto manifestaram-se acerca do assunto tratado durante
a Tribuna Popular. Às quatorze horas e trinta e sete minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e
oito minutos. Após, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a
assinalar o transcurso do Dia do Comerciário, nos termos do Requerimento nº
175/13 (Processo nº 2786/13), de autoria do vereador Clàudio Janta. Compuseram
a MESA: o vereador Dr. Thiago, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre;
os senhores Nilton Neco, Presidente do Sindicato dos Comerciários; Marcelo
Furtado, Presidente da Força Sindical; e Dionísio Mazui, Presidente em
exercício da Federação Intermunicipal de Sindicatos de Trabalhadores no
Comércio de Bens e de Serviços da Força Sindical no Rio Grande do Sul. Em COMUNICAÇÕES,
pronunciou-se o vereador Clàudio Janta. Em prosseguimento, o senhor Presidente
concedeu a palavra ao senhor Nilton Neco, que agradeceu o registro, por este
Legislativo, do Dia do Comerciário. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o
vereador Alberto Kopittke, em tempo cedido pelo vereador Mauro Pinheiro. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Sofia Cavedon, Márcio Bins
Ely, Fernanda Melchionna e Sofia Cavedon. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se a
vereadora Fernanda Melchionna, em tempo cedido pelo vereador Pedro Ruas. Às dezesseis horas e vinte minutos,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. A seguir, foi
apregoado Requerimento de autoria do vereador Paulinho Motorista, deferido pelo
senhor Presidente, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 01 aposta
ao Projeto de Lei do Legislativo nº 062/13 (Processo nº 0360/13). Também, foram
apregoadas as Emendas nos 02, de autoria do vereador Airto
Ferronato, Líder da Bancada do PSB, e 03, de autoria do vereador Engº Comassetto,
Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 062/13. Ainda,
foram aprovados Requerimentos de autoria dos vereadores Airto Ferronato e
Alberto Kopittke, solicitando, respectivamente, que as Emendas nos
02 e 03 apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 062/13 fossem dispensadas
do envio para apreciação de Comissões Permanentes. Em Votação, foi apreciado o
Projeto de Lei do Executivo nº 038/12 (Processo nº 2156/12). Foi aprovada a
Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei
do Executivo nº 038/12, por dezenove votos SIM, sete votos NÃO e quatro
ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pela vereadora Fernanda Melchionna,
tendo votado Sim os vereadores Alceu Brasinha, Any Ortiz, Bernardino Vendruscolo,
Cassio Trogildo, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim,
João Carlos Nedel, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mônica Leal,
Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Séfora Mota,
Tarciso Flecha Negra e Valter Nagelstein, votado Não os vereadores Alberto
Kopittke, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, João Derly, Marcelo Sgarbossa,
Mauro Pinheiro e Sofia Cavedon e optado pela Abstenção os vereadores Delegado
Cleiton, Lourdes Sprenger, Professor Garcia e Waldir Canal. Após, o vereador
João Carlos Nedel formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem
de apreciação de Emendas e Subemenda ao Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 038/12, o qual foi retirado pelo Autor. Foi aprovada a
Emenda nº 02 ao Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei do Executivo nº
038/12 por vinte e três votos SIM e oito votos NÃO, em votação nominal
solicitada pela vereadora Fernanda Melchionna, tendo votado Sim os vereadores
Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Any Ortiz, Bernardino Vendruscolo, Cassio
Trogildo, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir
Cecchim, João Carlos Nedel, Lourdes Sprenger, Luiza Neves, Márcio Bins Ely,
Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo Brum,
Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e
Waldir Canal e Não os vereadores Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, João Derly, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas e Sofia
Cavedon. Foi aprovada a Subemenda nº 01 à Emenda nº 02 ao Substitutivo nº 01
aposto ao Projeto de Lei do Executivo nº 038/12, por dezenove votos SIM e dez
votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo vereador Pedro Ruas, tendo votado
Sim os vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo,
Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, João Carlos
Nedel, João Derly, Luiza Neves, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mauro Pinheiro,
Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra,
Valter Nagelstein e Waldir Canal e Não os vereadores Alberto Kopittke, Engº
Comassetto, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, Lourdes Sprenger, Marcelo
Sgarbossa, Mario Manfro, Pedro Ruas, Professor Garcia e Sofia Cavedon. Foi rejeitada
a Emenda nº 03 ao Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei do Executivo nº
038/12, por quatorze votos SIM e quinze votos NÃO, em votação nominal
solicitada pela vereadora Fernanda Melchionna, tendo votado Sim os vereadores
Alceu Brasinha, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Guilherme
Socias Villela, João Carlos Nedel, Luiza Neves, Mario Fraga, Mônica Leal, Paulo
Brum, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal e
Não os vereadores Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Any Ortiz, Bernardino
Vendruscolo, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Derly,
Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Nereu
D'Avila, Professor Garcia e Sofia Cavedon. Foi rejeitada a Emenda nº 08 ao
Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei do Executivo nº 038/12, por oito
votos SIM, vinte e um votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada
pela vereadora Fernanda Melchionna, tendo votado Sim os vereadores Guilherme
Socias Villela, João Carlos Nedel, Márcio Bins Ely, Mônica Leal, Nereu D'Avila,
Reginaldo Pujol, Valter Nagelstein e Waldir Canal, votado Não os vereadores
Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Any Ortiz, Bernardino
Vendruscolo, Cassio Trogildo, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, Idenir Cecchim, João Derly, Lourdes Sprenger, Luiza Neves, Marcelo
Sgarbossa, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Paulo Brum, Professor
Garcia, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra e optado pela Abstenção o vereador
Delegado Cleiton. Foi rejeitado o Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei
do Executivo nº 038/12, por oito votos SIM e dezoito votos NÃO, após ser
encaminhado à votação pelos vereadores Engº Comassetto, Fernanda Melchionna,
Idenir Cecchim, Cassio Trogildo, Bernardino Vendruscolo, Reginaldo Pujol e
Alberto Kopittke, em votação nominal solicitada pelo vereador Bernardino
Vendruscolo, tendo votado Sim os vereadores Alceu Brasinha, Bernardino
Vendruscolo, Elizandro Sabino, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol,
Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal e Não os vereadores Airto Ferronato,
Alberto Kopittke, Any Ortiz, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme
Socias Villela, João Carlos Nedel, João Derly, Lourdes Sprenger, Luiza Neves,
Marcelo Sgarbossa, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Pedro Ruas,
Professor Garcia, Sofia Cavedon e Valter Nagelstein, este com Declaração de
Voto. Às dezessete horas e quarenta e nove minutos, constatada a inexistência
de quórum deliberativo, em verificação solicitada pelo vereador Professor
Garcia, o senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA
ESPECIAL, Discussão Preliminar, 4ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo
nº 038/13, discutido pela vereadora Sofia Cavedon e pelos vereadores Reginaldo
Pujol, Valter Nagelstein, Professor Garcia e Alberto Kopittke. Em
prosseguimento, foi apregoado o Projeto de Resolução nº 049/13 (Processo nº
3037/13), de autoria do vereador Bernardino Vendruscolo. Durante a Sessão, os
vereadores Sofia Cavedon, João Carlos Nedel, Engº Comassetto, Bernardino
Vendruscolo, Pedro Ruas, Alceu Brasinha, Any Ortiz e Professor Garcia
manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezoito horas e quarenta e nove
minutos, a senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos,
convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Dr. Thiago e Bernardino
Vendruscolo e pela vereadora Sofia Cavedon e secretariados pelo vereador João
Carlos Nedel. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Cassio
Trogildo está com a palavra.
O SR. CASSIO TROGILDO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de
silêncio pelo falecimento do publicitário Esperidião José Curi, que, dentre
outras distinções, ganhou o prêmio Publicitário do Ano em 2007 e a Medalha de
Porto Alegre, em 2012.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Deferimos o pedido.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O SR. CLÀUDIO JANTA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a inversão da
ordem dos trabalhos, para que possamos, após encerrar a Tribuna Popular,
imediatamente entrar no período de Comunicações, que será destinado a homenagear o Dia do Comerciário, a fim de
liberarmos as pessoas que estão presentes nas galerias. Após, retornamos
à ordem normal.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Clàudio Janta. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Passamos
à
TRIBUNA POPULAR
O
Sr. Pedro de Almeida, representando o Grêmio Esportivo Ferrinho, está com a
palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo a
projetos desenvolvidos pela entidade.
O SR. PEDRO DE ALMEIDA: Obrigado. A minha presença é como
Presidente do Grêmio Esportivo Ferrinho. A gente está aqui para dar as
boas-vindas ao nosso grêmio, que tem uma luta de 50 anos. Na nossa luta, foi
priorizada a nossa rede ferroviária, e o nosso trabalho, que era esporte, foi
quase cancelado, mas nós continuamos nessa luta pelo trabalho social, e temos
várias atividades, só que o grêmio não pode dispor de nenhum investimento
porque existe uma lei de tombamento do prédio já faz um pouco de tempo; e nós
estamos aqui pedindo a força das nossas autoridades, dos nossos Vereadores, do
nosso Governador, do nosso Prefeito, para que se possa agilizar esse
tombamento, pois o prédio ali terá uma atividade em benefício de toda a área do
bairro, com várias atividades culturais, trabalhos importantes para a
comunidade, e a nossa luta é de vários tempos. Sempre tivemos, no Grêmio
Esportivo Ferrinho, reuniões sociais, palestras várias, como tivemos na época
dos bancários, com o negócio da rede, tudo cultural, palestras, e foi feito
trabalho social com isso. Estou aqui, como Grêmio Esportivo Ferrinho, pedindo
às nossas autoridades para que possa, sim, ser feito o tombamento desse prédio
para que possamos continuar um trabalho social, porque ali é um trabalho de
grande cultura. Essas são as nossas
atividades. O trabalho do Grêmio foi futebol, mas não podemos mais ter área de
futebol, porque a área da ALL não funciona.
Esse
é o trabalho que nós temos. A história do Grêmio é muito grande, mas não temos
condições de trazer, desde a época da fundação, que foi há 50 anos... No
domingo passado, fez 50 anos, fizemos uma festa onde havia uma exposição de
fotos culturais que foi muito bonita!
Agradeço
a atenção de todos por estarem aqui e poder fazer esse pedido às nossas
autoridades. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago; meu caro
Pedro de Almeida, Presidente do Grêmio Esportivo Ferrinho, falo pelo PSOL, em
meu nome e no da Ver.ª Fernanda Melchionna. Eu conheço o Grêmio Esportivo
Ferrinho há muitos anos e acho que esse pleito é justo nas suas duas pontas,
nos seus dois sentidos. O primeiro é de que não acabe a área do Ferrinho, sendo
utilizada na questão do Trensurb, que seria um prejuízo, sob o ponto de vista
histórico e de utilização pela Cidade, muito grande. E a segunda ponta é
justamente o projeto de Ver. Alberto Kopittke, que nós apoiamos, de tombamento
daquela área como patrimônio público, porque há, efetivamente, mérito para
tanto. Então, eu a Ver.ª Fernanda Melchionna trazemos aqui o nosso apoio à
entidade, aos seus associados, à história que representa para Porto Alegre e
para o nosso Estado. Receba a nossa solidariedade e o compromisso de estarmos
juntos.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Alberto Kopittke está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago;
boa-tarde a todos os colegas e a todos os que nos assistem aqui, quero saudar o
Sr. Pedro de Almeida, o Sr. Hélio que também está aqui, e seus vários colegas
ferroviários. Tive a honra, através do Sr. Jorge Branco – que dirigiu também o
fim da ALL aqui durante o Governo Olívio, fez essa articulação com a União, com
essa luta que já dura mais de vinte anos –, para que o prédio do Ferrinho se
torne um patrimônio do Município. Esse é o tema com que nós gostaríamos de
abrir hoje aqui – o Ver. Comassetto também já trata há muitos anos –, o tema da
Vila dos Ferroviários, hoje já resolvido graças a essa articulação do Ver.
Comassetto, do Ver. Carrion também; mas nós ainda temos essa grande luta para o
prédio histórico, aquele prédio que tem praticamente cem anos, que foi
construído pela mão dos próprios ferroviários; pelo que me contou o Sr. Hélio,
os tijolos eram feitos pelos próprios ferroviários na altura de Taquara e
trazidos de trem para construir aquele prédio.
Então
essa é a luta que o senhor simboliza hoje, para a qual já está, inclusive,
prevista verba no Orçamento Participativo. Está aqui o nosso Presidente do
Conselho Municipal da Cultura, com o qual também tratamos deste assunto que é a
marca no Orçamento Participativo, já no Plano de Investimento, há muitos anos,
já prevista verba também para conservação daquele prédio. E, pelas notícias que
nós tivemos, Sr. Pedro, a ALL repassou para o Município, nas tratativas do
metrô – isso é coisa muito recente, de um mês atrás – para que aquela área
fique como pátio das futuras instalações do metrô. Tudo bem, é possível
compatibilizar uma grande área que existe com o prédio e com o campo. É este o
objetivo, que exista uma complementação e que não se perca esse patrimônio dos
trabalhadores de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, dos ferroviários e de
toda a Cidade.
Então,
espero que esta Casa possa seguir, reconhecendo, em breve, a luta de vocês.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Mario Fraga está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Dr. Thiago; Presidente,
Sr. Pedro, falo aqui em meu nome e em nome da Bancada, que é formada pelo Ver.
Dr. Thiago; este Vereador; Ver. Delegado Cleiton; Ver.ª Luiza Neves; Ver.
Márcio Bins Ely e Ver. Nereu D’Avila, mas eu falo aqui, também, em nome do
Deputado Federal Vieira da Cunha, que lutou bastante por essa área lá e agora
vem a esta Casa, através da Bancada do PT, através de seus Vereadores, um
projeto para aquela área, que eu acho muito bem-vindo neste momento, até porque
é uma área federal, e o Município fez o que pôde fazer, mas eu acho que poderia
fazer mais. Então já que esse fato do Ferrinho, que até jogar com a família
Fraga que tem lá na Vila Farrapos, do Terson Fraga, o Pedro Fraga, o Pedro
Paulo Barreto, o pessoal todo que jogou no Ferrinho, há algum tempo, em algumas
partidas de que participei, fico contente com os colegas e, em especial, os
colegas da Bancada do PT, porque a área é federal, e eles podem fazer tudo.
Mas, neste momento aqui, quero dar o meu apoio pessoal, o apoio pessoal do Ver.
Mario Fraga e o apoio da Bancada do PDT. Muito obrigado. Boa sorte para o
Ferrinho!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, antes de mais nada, eu
quero cumprimentar o Sr. Pedro de Almeida, que é o Presidente do Ferrinho, que
nos traz esse SOS no dia de hoje em defesa da entidade por ele presidida.
Eu
quero, Sr. Presidente, até me valendo das informações do Ver. Mario Fraga, do
Ver. Kopittke, dizer que nós estamos absolutamente solidários e integrados num
esforço para consolidar determinadas situações de fato que, ao que consta,
estão sendo regularizadas, agora, pela antiga rede ferroviária federal, hoje
locada por uma empresa privada, de preservação desse imóvel. Se, em verdade,
essa área já está sendo transferida para o Município, as coisas ficam muito
mais facilitadas.
Nós
sabemos que o esforço que o Deputado Vieira da Cunha tem feito nesse sentido é
muito grande, mas se a solução foi essa de transferir para o Município essa
área para o futuro metrô aproveitar, e, se nessa área está inserido o prédio
que o Ferrinho tem interesse de ver preservado, as coisas ficam muito
facilitadas.
Então,
o que nós podemos lhe assegurar, hoje, Sr. Pedro, é que nós vamos mergulhar
nesse assunto aí com profundidade, acompanhando o PDT, o PSD, que o Ver.
Tarciso já vem tratando deste assunto há mais tempo, agora, o Ver. Bernardino
Vendruscolo, enfim, a todos aqueles que têm já contribuído, não excluindo
disso, de modo nenhum, os nossos colegas do Partido dos Trabalhadores, por que
não? É um esforço coletivo da Casa em que nós temos que pugnar para que as
coisas já tenham acontecido e que se confirme essa transferência da propriedade
ou do uso para o Município, o que facilitará, sobremaneira, a equação
definitiva deste problema que já se alonga há 20 anos, como bem aqui foi
asseverado. Obrigado pela sua presença e conte conosco.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Obrigado, Sr. Presidente. Sr. Pedro
Almeida, eu venho aqui muito à vontade mesmo porque eu sou filho de um
ferroviário. Eu nasci em uma cidade bem pequena, em São Geraldo, Minas Gerais,
onde se puxava o minério para fazer o aço. O meu pai era maquinista. Lá começou
um pequeno campo de futebol. Quando eu saí de lá, eu consegui realizar todos os
meus sonhos. Então, pelo bonito trabalho do Ferrinho tenham o apoio do PSD em
nome deste Vereador e de toda a nossa Bancada Municipal. Parabéns por esse
feito. Por isso me sinto muito à vontade por ter ganhado toda a minha educação,
toda a minha vivência junto com o meu pai na estrada de ferro Leopoldina, em
Minas Gerais. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Engº Comassetto está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento, pela oposição.
O SR. ENGº COMASSETTO: Obrigado, Sr. Presidente. Quero aqui, em
nome das Bancadas de oposição, do PSOL, PT e PCdoB, cumprimentar aqui o seu
Pedro, bem como o seu Hélio e toda a comunidade dos ferroviários. Quero dizer
que quem nasceu no meio dos ferroviários, em Santa Maria, que foi o berço da
organização e da estruturação dos ferroviários, se tem um grande crime que foi
feito neste País foi acabar com as ferrovias. O pleito dos senhores aqui neste
momento é para que a memória, a história se mantenha viva. Portanto, aquele
espaço que tem ali do Ferrinho, naquele prédio que já está bastante
deteriorado, que seja transformado, sim, no Centro Cultural dos Ferroviários do
Rio Grande do Sul. Para isso, conte, sim, com o nosso apoio e o trabalho aqui
já proposto. Vamos levar isso em frente. Um grande abraço e vida longa aos
ferroviários.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Eu quero agradecer profundamente ao
Grêmio Esportivo Ferrinho, seu Presidente Pedro de Almeida, e dizer que esta
Presidência e as Comissões desta Casa estão abertas a vocês para essas demandas
e para podermos construir, sem dúvida alguma, um caminho consensuado dentro
deste processo de tombamento. Obrigado. Suspendo os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h37min.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Thiago – às 14h38min): Estão reabertos
os trabalhos.
Passamos às
COMUNICAÇÕES
Hoje,
este período é em homenagem ao Dia do Comerciário, nos termos do Requerimento
nº 175/13, de autoria do Ver. Clàudio Janta, Processo nº 2786/13.
Convidamos
para compor a Mesa: o Sr. Nilton Neco, Presidente do Sindicato dos
Comerciários; o Sr. Marcelo Furtado, Presidente da Força Sindical; o Sr.
Dionísio Mazui, Presidente em exercício da Federação Intermunicipal de
Sindicatos de Trabalhadores no Comércio de Bens e de Serviços da Força Sindical
no Rio Grande do Sul. É uma satisfação tê-los aqui conosco.
O
Ver. Clàudio Janta, proponente desta homenagem, está com a palavra em Comunicações.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.), bem como os demais comerciários e
dirigentes sindicais de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, aqui presentes.
Esta Casa faz esta homenagem aos trabalhadores que, na verdade, realizam
sonhos; diariamente, estão nas lojas, levando até nós, consumidores, os sonhos
daquilo que idealizamos, os sonhos daquilo que a indústria produz, aquilo que
vemos nos anúncios de jornais, rádios e televisão; esses trabalhadores que
buscam os seus sonhos: o sonho de ter uma vida de digna, o sonho de ter um
trabalho decente, o sonho de ter a profissão regulamentada – já obtiveram o
sonho de alavancar conquistas.
Eu
me orgulho muito de ser um comerciário! Eu, que iniciei a minha carreira
sindical e profissional trabalhando no armazém do Seu Zé, lá na Rua Vidal de
Negreiros com a Rua Saldanha da Gama, e, depois, fui trabalhar na Madeireira
São João, na Rua 9 de Julho com a Av. Bento Gonçalves; trabalhei no comércio,
na Ferragem Gerhardt, e tive um dos momentos mais emocionantes da minha
campanha eleitoral, o ano passado: quando entrei na Ferragem Gerhardt, eu me
lembrei dos tempos em que ali trabalhei e vi que o produto mais antigo,
Prefeito Villela, na Ferragem Gerhardt, além das prateleiras, era eu, que ali
estava aquele dia, porque todos os funcionários já eram novos. Essa é uma
ferragem antiga, a mais antiga de Porto Alegre, e eu trabalhei nessa ferragem,
como trabalhei também na Pimenta. Esse é o comerciário de Porto Alegre:
trabalhou na Mesbla, trabalhou na Embraco, hoje trabalha nos shoppings, hoje trabalha nos
supermercados, trabalhou nos armazéns, que nada mais eram do que os
supermercados de hoje. Essa categoria que hoje representa grande parte da
economia da nossa Cidade merece a homenagem desta Câmara de Vereadores. E hoje
recebe um presente dos dirigentes sindicais que a representa: hoje esse
Sindicato fechou um dos maiores aumentos dos trabalhadores, pode-se dizer, do
Brasil; alcançou um piso que jamais imaginava que poderia alcançar e recompor,
tudo graças à união dessa categoria, tudo graças à representatividade dessa
categoria, que, volto a dizer, vende sonhos, representa os anseios das pessoas.
Quando elas querem uma roupa, um produto, um automóvel, uma casa, um eletrodoméstico,
são os comerciários que estão lá, são os comerciários que estão à disposição da
população de Porto Alegre, de segunda a segunda, são os comerciários que estão
lá, são os comerciários que estão à disposição da população de Porto Alegre de
segunda a segunda, em todos os setores e segmentos – nos supermercados, nas
farmácias, nas joalherias, nas relojoarias, nas lojas de móveis, de
eletrodomésticos. E até nos momentos mais tristes, nos momentos mais difíceis
da família das pessoas, nós estamos presentes; seja na doença, seja até na
morte, nas farmácias e nas funerárias.
Então,
esta Casa, a Casa do Povo, presta esta homenagem a esta categoria que vem dando
exemplo para o Brasil, esta categoria que vem participando de grandes
atividades de lutas e conquistas deste País, essa categoria que vem marchando
em Brasília por uma política do salário mínimo, essa categoria que vem lutando
para que se mantenha o Brasil no seu rumo, para que o Brasil continue crescendo
e avançando, para que continue se desenvolvendo, gerando mais riqueza.
O Sr. Engº Comassetto: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Prezado colega Ver. Janta, quero cumprimentá-lo, cumprimentar a
Força Sindical bem como os comerciários que estão aqui através das suas
lideranças. Sabemos que este debate não é um debate fácil, é um debate que,
como disse o Nelson Mandela, quando tomou posse na África do Sul, porque
disposição política de avançar o Governo tem... E o Mandela disse: “Se
organizem para nos ajudar a fazer aquilo que nós precisamos fazer, porque os
outros já estão organizados para não nos deixar fazer aquilo que precisamos
fazer”. Boa luta! Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. CLÀUDIO JANTA: Obrigado, Ver. Comassetto. Com certeza, a
cada dia mais, nós estamos nos organizando. Nós apresentamos, a pedido desses
dirigentes que se encontram aqui na Mesa, Presidente Thiago, um projeto de lei
nesta Casa que instituía banheiros e refeitórios nos shopping centers de Porto Alegre. Para nossa surpresa, essa lei já
existe em Porto Alegre há muito tempo. E avançamos porque hoje, nesta reunião,
conseguimos que os empresários, junto com os sindicatos de trabalhadores,
participassem, junto com a Prefeitura de Porto Alegre, de uma comissão que vai
implementar isso. E conseguimos mais ainda: conseguimos que dois
empreendimentos já providenciassem os refeitórios para os seus trabalhadores.
Acho que são avanços que os comerciários de Porto Alegre vêm tendo com a
Direção do seu Sindicato, são avanços que os comerciários de Porto Alegre vêm
conquistando, quando, o ano passado, fizeram manifestações e caminhadas nas
ruas da cidade de Porto Alegre pedindo um aumento salarial, pedindo a reposição
da inflação. Eles conquistaram isso e vêm conquistando todos os anos.
A
pedido dos comerciários de Porto Alegre, nós apresentamos um projeto nesta
Casa, que está tramitando, que regulamenta o horário de funcionamento das
lojas, regulamenta somente o horário, permitindo que os comerciários saibam a
hora que as lojas abrem e a hora que as lojas fecham, permitindo que essa
categoria busque e tenha um pouco mais de dignidade, um pouco mais de
esperança.
A Sra. Luiza Neves: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Clàudio Janta, quero parabenizá-lo pela proposição desta
homenagem. Gostaria de saudar o Sr. Nilton Neco, Presidente do Sindicato dos
Comerciários, e, na sua pessoa, saudar os demais integrantes da Mesa. Quero
dizer que fiz questão de vir a este microfone, Ver. Janta, para dizer que a
minha vida profissional começou aos 17 anos, como comerciária, com muita honra
e muita alegria, quando tínhamos o privilégio de ter carteira assinada. Para
mim foi uma grande alegria, aos 17 anos, iniciar profissionalmente e continuar
sendo comerciária por longos anos. Por isso, nada mais justo do que eu me somar
a esta homenagem e parabenizar todos os comerciários, principalmente V. Exa.,
Ver. Clàudio Janta, que faz parte e luta por essa categoria. A todos, senhoras
e senhores que estão nas galerias, meus parabéns! Que Deus continue abençoando
a todos. (Palmas.)
O Sr. Guilherme Socias Villela: V. Exa. permite um aparte?
O SR. CLÀUDIO JANTA: Ver. Guilherme Socias Villela,
ex-Prefeito de Porto Alegre, e ex-aluno da Escola Técnica dos Comerciários de
Porto Alegre, se não me falha a memória.
O Sr. Guilherme Socias Villela: É verdade. Quero apresentar, nesta
oportunidade, Ver. Clàudio Janta, as minhas homenagens, em meu nome, em nome do
meu Partido – do João Carlos Nedel, da Mônica Leal –, pela iniciativa de Vossa
Excelência. Nesta ocasião, também quero saudar a todos os líderes dos
comerciários, a cuja categoria tributo as minhas melhores homenagens e a minha
admiração. Muito obrigado. (Palmas.)
A Sra. Lourdes Sprenger: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Janta, quero cumprimentá-lo por esta homenagem ao Dia dos
Comerciários. Eu integrei essa categoria quando vim para Porto Alegre,
trabalhei na área da moda, uma área muito gostosa. Nós tínhamos grandes lojas
aqui especializadas em todo tipo de evento. Então, é gratificante hoje ter
feito toda uma trajetória e ainda lembrarmos esses momentos bons. Cumprimento
vocês pelos trabalhos desenvolvidos, em nome da nossa Bancada, dos Vereadores
Idenir Cecchim, nosso Líder; Valter Nagelstein e Professor Garcia. (Palmas.)
O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Obrigado, Ver. Janta, quero cumprimentar e parabenizar todos os
dirigentes. Acho que tu disseste uma coisa. Eu vim aqui justamente por uma
palavra que tu disseste hoje: um grande país, um país com educação, um país
rico – não rico com ou sem dinheiro –, são vocês, comerciários, que fazem a
riqueza deste país, que fazem um país de Primeiro Mundo. Então, meus parabéns
aqui aos comerciários! Em nome do PSD, estamos aqui junto, parabenizando vocês
por essa luta. Sem vocês, não existe riqueza de um país. Obrigado. (Palmas.)
O Sr. Pedro Ruas: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Clàudio
Janta, eu quero cumprimentar V. Exa. pela iniciativa. Cumprimento os dirigentes
do Sindicato, cumprimento os dirigentes da Força Sindical, os comerciários
presentes, se não a maior, uma das maiores categorias profissionais da área
privada, Ver. Janta, que, ao longo dos anos, deu grande demonstração de
capacidade de luta e de representação de anseios legítimos dos trabalhadores e
das trabalhadoras brasileiras. Então, receba aqui do PSOL, em meu nome e em
nome da Ver.ª Fernanda Melchionna, o apoio, a solidariedade. Estamos juntos
nesta homenagem aos comerciários, gostamos de que exista esse tipo de
manifestação na Câmara, e V. Exa. foi muito feliz pela iniciativa. Receba o
nosso abraço. Um abraço a todos também. Obrigado. (Palmas.)
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Clàudio Janta, V. Exa., que representa a Bancada dos
independentes, nossos cumprimentos. Cumprimento o Neco, as demais autoridades
aqui que representam os comerciários. Janta, quero dirigir a minha palavra à
tua pessoa. Parabéns a esta classe, que tem um representante com a estatura de
V. Exa., porque V. Exa. já marcou aqui nesta Cidade, a luta pela liberdade
profissional, a busca dos direitos dos trabalhadores do comércio, já há muito
tempo. Parabéns a esta classe, que tem o Neco e os demais que aqui estão, mas,
especialmente, V. Exa., que vem marcando, ao longo dos anos, com garra, a
defesa desses profissionais. Parabéns, Janta! (Palmas.)
O Sr. Cassio
Trogildo:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Clàudio Janta, em
nome da Bancada do PTB – deste Vereador que lhes fala, dos Vereadores Paulo
Brum, Alceu Brasinha e Elizandro Sabino –, também quero deixar aqui a nossa
homenagem, somando-se à sua homenagem, a todos os comerciários. Um abraço ao
amigo, Presidente Neco, e também a esse Vereador que preside a Força Sindical.
Parabéns mesmo por esta homenagem muito bem-vinda a esta Casa, a todos os
comerciários. Obrigado. (Palmas.)
A Sra. Sofia
Cavedon:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Clàudio Janta, quero cumprimentá-lo e a toda a direção
do Sindicato dos Comerciários. No meu primeiro ano como Vereadora aqui,
adivinha qual era a grande polêmica? Na verdade, o sábado inglês tinha
terminado, era 2001, e estava aqui o debate sobre a abertura do comércio aos
domingos. Eu acredito que deveria estar nessa luta, e nós instalamos, aqui,
talvez por um ou dois anos, uma guerra, da qual não estavam os comerciários
sozinhos, mas os pequenos comércios também, e defendíamos, veementemente, essa
proteção ao trabalhador. Então, eu enxergo os comerciários como uma das
categorias mais bravas, mais aguerridas, porém, mais sofridas, porque há uma
superexploração; quanto maior o lucro, maior a exploração do comerciário, e
eles têm que se ter muita garra, muita luta, muita persistência para superar o
cansaço diário, o trabalho em pé. Às vezes, eu andava de ônibus, nas nossas
Câmaras nos Ônibus, eu ouvia comerciários dizendo: “E eu vou passar o dia
inteiro de pé”, e estava espremido, já há uma hora no ônibus, vindo para o
Centro para trabalhar. Então, eu quero dizer que essa categoria, de fato, é
valorosa, precisa de muito fortalecimento. Quero parabenizá-la, parabenizar a
sua organização sindical e dizer que se fortaleça, porque proteger os direitos
do trabalhador é o que pode garantir qualidade de vida a todos. Não é a lógica
do superlucro, nem da supervenda que garante qualidade de vida; é, sim, o
trabalhador respeitado, vivendo bem, com qualidade, e da força do seu trabalho.
Parabéns a vocês. (Palmas.)
O SR. CLÀUDIO JANTA: Obrigado.
O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Meu caro Ver. Janta, eu quero cumprimentá-lo pela iniciativa, que
não me surpreende sabendo dos seus vínculos com a categoria dos comerciários.
E, por oportuno, com a sua vênia, eu saúdo também o Nilton Neco, Presidente do
Sindicato dos Comerciários; o Marcelo Furtado, Presidente da Força Sindical do
Estado; e ao meu conterrâneo, quaraiense, o Dionísio Mazui, Presidente em
exercício da Federação Intermunicipal de Sindicatos de Trabalhadores no
Comércio de Bens e de Serviços da Força Sindical no Rio Grande do Sul -
Fetracos. Sabe o Dionísio, muito, que as origens do meu pronunciamento,
Presidente Thiago, vão lá em Quaraí. Eu iria trazer para lhe mostrar uma
carteirinha minha de sócio da Associação dos Empregados do Comércio de Quaraí.
Isso tem uns 60 anos, mais ou menos, ou mais, porque é lá do ano de 1951, 1952.
Eu lembro também que, lá em Quaraí, se festejava o Dia dos Comerciários e era
uma festa muito boa que se fazia no Clube Caixeral. Por muito
tempo, eu lembro, tinha o Baile dos Comerciários, feito no Teresópolis Tênis
Clube, no tempo em que o Januário presidia o Sindicato. Toda essa referência
histórica é para dizer o seguinte: eu não acredito em nenhuma sociedade que
tenha se desenvolvido onde não tenha um comércio bem organizado, onde não só o
comerciante atinja os seus objetivos, como também o seu colaborador direto, que
é o comerciário, sinta-se satisfeito e orgulhoso da sua atividade. Em verdade,
se nós remontarmos a história, veremos que, em largo período, nós tínhamos dois
tipos de povos: os povos guerreiros e os povos comerciantes; estes eram mais
inteligentes, sabiam conduzir os seus objetivos, alcançavam resultados e se
desenvolviam. Por isso, hoje, num momento complicado do País, em que as coisas
não estão muito claras nas posturas e posições, eu entendo que proclamar a
relevância do comerciário na sociedade brasileira, na sociedade gaúcha e, em
especial, na sociedade porto-alegrense, é mais do que um gesto de gentileza: é
justiça, é reconhecimento. E eu quero que V. Exa., com todo o vigor do seu
entusiasmo, me represente na tribuna. O seu discurso será o meu discurso em
homenagem à competente categoria dos comerciários de Porto Alegre. Meus
cumprimentos. (Palmas.)
O SR. CLÀUDIO
JANTA:
Obrigado, Ver. Pujol.
O Sr. Paulinho
Motorista:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Boa-tarde, Presidente e
representantes dos comerciários que fazem parte da Mesa. Ver. Janta, meu
colega, quero dar os parabéns ao senhor, porque sempre está defendendo essa
classe trabalhadora de Porto Alegre. Isso, para mim, não é surpresa, o senhor
estar, hoje, representando essa classe. A Ver.ª Sofia há pouco tempo falou
nisso, e eu, como motorista de ônibus há 24 anos, estava sempre carregando o
pessoal para cima e para baixo, dos bairros para o Centro e do Centro para os
bairros, principalmente nos fins de semana. Os comerciários subiam no ônibus e
me perguntavam se teria algum lugar, um banquinho para sentar, porque estavam
cansados, tinham passado o dia todo na batalha. Certamente, temos que valorizar
essa classe que trabalha para a população de Porto Alegre, porque, sem eles,
Porto Alegre não andaria. Eu quero dar os parabéns para o senhor, que fez esta
grande homenagem, Ver.
Clàudio Janta, aos demais representantes dos comerciários que estão presentes
aqui, classe à qual temos que dar o maior valor, parabéns a vocês todos!
O SR. CLÀUDIO JANTA: Obrigado, Ver. Paulinho. Obrigado a todos
os Vereadores e Vereadoras que usaram o microfone de apartes. E quero dizer que
não só os comerciários de Porto Alegre, também os rodoviários, os trabalhadores
da construção civil, os trabalhadores de serviços, todos os trabalhadores de
Porto Alegre precisam e sonham com uma coisa: abertura dos postos de saúde 24h.
Por isso me trouxeram a esta Câmara de Vereadores, por isso eu fui conduzido a
esta Câmara de Vereadores, por isso eu tenho este mandato de representação. E
com força e fé nós vamos seguir, nesta Casa, lutando pelos trabalhadores para
que este mundo, esta Cidade sejam um pouco mais solidários, sejam melhores para
se viver. Muito obrigado a todos que aqui estiveram e que contribuíram para o
dia de hoje. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Caro Ver. Clàudio Janta, caro Nilton
Neco, caro Marcelo Furtado, caro Dionísio Mazui, quero dizer que, como
Presidente desta Casa, é uma satisfação poder passar a palavra ao Nilton, mas
não sem antes dizer que, efetivamente, o Ver. Clàudio Janta, por todas as
características que vocês já conhecem há algum tempo, é nossa referência na área
sindical. Quero dizer que, efetivamente, uma categoria que tem uma
representação, como disse bem o Ver. Bernardino Vendruscolo, com esse quilate,
realmente ganha espaço na Cidade, principalmente com as justas causas, como,
por exemplo, essa que ele frisou da questão da saúde.
O
Sr. Nilton Neco, Presidente do Sindicato dos Comerciários, está com a palavra.
O SR. NILTON NECO: Faço uma saudação ao Presidente desta
Casa, Ver. Dr. Thiago; aos companheiros dirigentes sindicais que estão aqui na
Mesa, dividindo esta homenagem com os comerciários de Porto Alegre, e com o Sr.
Dionísio Mazui, Presidente em exercício da nossa Federação – Fetracos, e com o
Marcelo Furtado, Presidente da Força Sindical do Rio Grande do Sul; Vereadores
desta Casa; companheiros comerciários; colaboradores que estão aqui nos
acompanhando neste momento tão importante para nós. É uma honra estar aqui, de
novo, ocupando a tribuna desta Casa, porque esta é a Casa do Povo. Como dizia a
Ver.ª Sofia Cavedon que é, junto com vários Vereadores presentes, a Vereadora
que acompanhou, ao longo desses anos, as lutas dos trabalhadores comerciários
dentro desta Casa, seja para regulamentar a questão do trabalho aos domingos e
feriados, seja em outras lutas históricas da nossa categoria. E aqui dentro desta
Casa, Presidente Thiago, tivemos grandes vitórias, tivemos também algumas
derrotas, mas sempre com respeito às posições contrárias, sempre respeitando
aqueles que pensavam diferente de nós. Acho que um sindicato do porte do
Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre tem que entender essas divergências
que existem aqui dentro desta Casa. Na verdade, esta Casa é a composição da
vida política da cidade de Porto Alegre. Para os comerciários é motivo de
orgulho estar aqui nesta tribuna para falar em nome de uma categoria cuja
importância tem sido um reflexo do desenvolvimento da nossa Porto Alegre. Temos
acompanhado, constantemente na mídia, a divulgação de dados que corroboram com
essa afirmação. Conforme pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatística
e Estudos Sócio-Econômicos, DIEESE, nos doze meses findos em agosto de 2013, o
volume de vendas no comércio gaúcho cresceu 5,6%. Dos treze segmentos
pesquisados pelo IBGE, doze registraram resultados positivos, com destaque para
material de construção, equipamentos, material de escritório, informática,
comunicação, vestuário, calçados, móveis e eletrodomésticos. Até o final do ano
serão injetados na economia gaúcha R$ 9 bilhões a titulo de pagamento de 13º
salário, um acréscimo de 10,5% em relação a 2012, recursos que em grande parte
serão destinados ao comércio e ao setor de serviços. Isso mostra a importância
que têm os direitos que os trabalhadores conquistaram com muito suor e
sacrifício neste País e nesta Cidade.
Em
relação ao emprego, os dados do Ministério do Trabalho e Emprego revelam que
entre janeiro e setembro de 2013 foram geradas 11.346 vagas no comércio gaúcho,
sendo 3.618 vagas em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Os resultados até
o momento confirmam a estimativa de mais um ano positivo para o setor, a
exemplo do registrado nos anos anteriores. Vale lembrar que o comércio é o
terceiro setor em número de trabalhadores, com 16% da força de trabalho formal
do Município, só ficando à frente o setor de serviços, com 45%, e a Administração
Pública, que representa 26%.
Segundo
informações da última RAIS, o comércio de Porto Alegre, em 2012, tinha 120 mil
trabalhadores com carteira assinada – aqui estão incluídos os trabalhadores do
comércio de gás, combustíveis e lubrificantes. Se considerarmos só a base dos
comerciários que o Sindec representa, somos hoje 110 mil trabalhadores em Porto
Alegre.
Para
corroborar com o fortalecimento da categoria o sindicato está sempre a postos.
Recentemente cobramos do Poder Executivo a fiscalização dos órgãos competentes
para que a Lei Complementar nº 284 seja cumprida, inclusive, foi pedido também
do Vereador desta Casa, da nossa categoria, Ver. Clàudio Janta, que encaminhou
a essa Mesa também o mesmo pedido. Essa lei dispõe sobre o Código de Edificações
de Porto Alegre, aprovada em 1992, ficando garantida instalações sanitárias,
refeitórios e creches para a utilização dos trabalhadores em shopping centers e centros comerciais, no entanto, desde a sua aprovação não
está sendo cumprida. É inadmissível que os comerciários ainda não tenham
condições básicas nos seus locais de trabalho, locais que muitas vezes ostentam
com pompa em suas edificações luxuosas todo o lucro que o próprio trabalhador
constrói.
Nós
estamos exigindo, já tivemos reunião com o Prefeito desta Cidade, e estamos
solicitando que os Vereadores desta Casa nos ajudem para que essa lei seja
cumprida e que os comerciários tenham o direito, agora, nessas grandes
expansões de shopping centers que
está havendo dentro da nossa Cidade. Temos tido o apoio do nosso Ver. Clàudio
Janta, que também é comerciário, Secretário-Geral do Sindec e representa os
trabalhadores nesta Casa. Vamos continuar cobrando o cumprimento das leis e
construindo debates para avançarmos em importantes questões como, por exemplo,
a regulamentação do horário de abertura e fechamento do comércio em Porto
Alegre, que hoje é inexistente, o que torna a jornada de trabalho ainda mais
árdua para os comerciários. Nós não temos uma regulamentação de horário e acho
que era importante esta Casa também se preocupar muito profundamente com as
questões da mobilidade urbana da nossa Cidade. Sabemos que, normalmente, os
horários de funcionamento começam às 8h, às 9h no Centro da nossa Cidade e nos
grandes centros onde concentra o comércio, que são pessoas se deslocando ao
mesmo tempo, entupindo as nossas ruas e superlotando os ônibus.
Por
isso seria importante, nesse projeto que temos aqui, encaminhado a esta Casa e
tramitando nas comissões, na regulamentação do horário do comércio de Porto Alegre,
pensar também não só na carga horária dos trabalhadores comerciários, mas na
questão da mobilidade urbana da nossa Cidade para resolver os problemas do
engarrafamento no trânsito e da superlotação nos ônibus.
Trabalhadores
que dependem de transporte público precisam de creche para deixar os seus
filhos e não têm horário para chegar em casa e ter um momento com a família.
Lutamos
também e apoiamos a luta da Força Sindical na questão dos postos de saúde
abertos 24 horas. É inadmissível, na nossa Cidade, ainda não termos postos de
saúde abertos 24 horas; o trabalhador tem que ter horário para adoecer. É por
tudo isso que a categoria merece muito mais do que parabéns no seu dia. Os
comerciários merecem respeito, dignidade e valorização, pois são as engrenagens
que ajudam a dar movimento a Porto Alegre. Parabéns a todos nós, muito obrigado
a esta Casa e ao Ver. Clàudio Janta. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Agradecemos as presenças das senhoras e
dos senhores e damos por encerrada esta homenagem. Parabéns ao Dia do
Comerciário.
De
ofício, passamos ao
Após, retornaremos à ordem normal.
O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra em Grande
Expediente, por cedência de tempo do Ver. Mauro Pinheiro.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, agradeço ao colega Ver. Mauro Pinheiro, colega de bancada, que me
cedeu o espaço. Saúdo também a Ver.ª Sofia, Ver. Comassetto e Ver. Sgarbossa da
nossa Bancada do Partido dos Trabalhadores.
Venho
fazer uso, pela primeira vez neste momento de Grande Expediente, e gostaria de
fazer uma apresentação um pouco mais técnica e menos política. Obviamente que
na nossa Casa todos os temas são políticos, ex-Prefeito Villela, mas eu
gostaria de registrar uma contribuição suprapartidária, Ver. Delegado Cleiton,
e vou tratar de uma política da sua instituição, da nossa Polícia Civil, que é
um tema com o qual eu venho trabalhando há muitos anos e acho que tem que ser
incorporado como uma luta de todos os partidos. Vou trazer aqui uma ação que o
Governo Tarso vem desenvolvendo, mas que tem que ser apropriada por todos
partidos, acima de qualquer bandeira partidária, como uma estratégia concreta
para que possamos efetivamente reduzir a violência na nossa sociedade.
Como
todos sabem, hoje o Brasil é o país do mundo que tem o maior número de
homicídios; sozinho é responsável por 12% do número de mortes violentas em todo
o mundo. Nenhum outro país, nem a Síria, que se encontra em deflagrada guerra
civil, tem hoje um número de mortes violentas, como infelizmente o nosso País
tem. Isso não é uma realidade de hoje, é uma realidade que já vem se alongando
há mais de 40 anos, desde o início da década de 1970 que os nossos índices de
violência começaram a se acelerar, e temos que todos pensar numa política para
reduzir esses índices.
O
grande equívoco que se tem cometido é uma confusão entre a política de redução
de drogas e a política de redução de homicídios. É verdade que os homicídios, a
imensa maioria dos homicídios possuem a relação com o tráfico de drogas, mas
não é verdade que nós temos que esperar a redução do consumo de drogas para
reduzir a violência. Parece algo simples o que estou dizendo, mas é uma
diferença fundamental de ser compreendida. Dou aqui um exemplo bastante
prático, que nem é de esquerda, é o exemplo da Prefeitura de Nova Iorque, o
caso famoso do Prefeito Giuliani, Republicano, vamos dizer, à direita, mas que
implantou uma política baseada nesses princípios que vou apresentar aqui. Nova
Iorque não reduziu o consumo de cocaína, mas reduziu em 95% os homicídios
naquela Cidade, o mesmo aconteceu com a cidade de Diadema, Bogotá, Medellín, um
pouco de forma mais recente, a nossa experiência de Canoas.
Então,
é essa a contribuição que quero trazer, de que, sim, nós podemos reduzir e
vencer o maior crime, aquele que mais fere a nossa sociedade, que é o crime
contra a vida. Para isso, vou apresentar um resumo de uma apresentação que o
Delegado Ranolfo vem fazendo. Gostaria de resgatar a história dessa política.
Quando o Delegado Ranolfo foi conversar comigo, no período em que eu estava
como Secretário de Segurança de Canoas, e me apresentou o seu projeto para a
Polícia Civil de aumento de cargos, valorização das carreiras, e eu fiz a ele
um pedido, Ver. Delegado Cleiton, de que ele incluísse, na sua plataforma para
a Polícia Civil, uma política de redução de homicídios através da criação de
delegacias especializadas e, se possível, de um DHPP, um departamento focado na
redução de crimes contra a vida, e pedi que ele fosse a São Paulo ver uma
experiência de outro partido, mas onde a Polícia Civil, o Delegado Domingos,
que respeito muito, estruturou uma política baseada nesses princípios, e o
Delegado Ranolfo imediatamente convidou um conjunto de colegas e foi a São
Paulo. Depois o próprio Governador Tarso também foi, e iniciou a estruturação
dessa política, e inclusive a manchete da Zero Hora do dia da posse do Delegado
Ranolfo foi exatamente a criação das delegacias de homicídios, que é um
patrimônio que nós não podemos retroceder; nós temos que todos nos apropriar do
que se trata para que efetivamente saibamos o que dizer sobre Segurança pública
na cidade de Porto Alegre e como efetivamente podemos reduzi-la. Porto Alegre,
há seis anos, já bate, de longe, o Rio de Janeiro em número de homicídios, e
também São Paulo e Minas Gerais. Hoje, perdemos apenas para as capitais do
Nordeste e temos o Índice de Vulnerabilidade Juvenil, que é outro índice que
vem sendo produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública; é a segunda
cidade com os jovens mais vulneráveis a serem vítimas de homicídio, e é por
isso que trago essa contribuição para todos aqueles que fazem este debate sobre
a questão da violência no Rio Grande do Sul.
O
Conselho Nacional de Justiça, há dois anos, estruturou o que se chama “a
estratégia nacional de Segurança pública”, unindo o Ministério da Justiça,
Poder Judiciário e o Ministério Público, e traçando uma meta: zerar todos os
inquéritos policiais sobre homicídios até 2009. Naquele momento, o Rio Grande
do Sul era o quinto Estado com o maior número de inquéritos parados. O
inquérito exatamente está relacionado à falta de punição do crime de
homicídios. Na década de 80, o Brasil tinha aproximadamente 65% dos homicídios
resolvidos, e, no ano 2000, este índice chegou a 5% dos inquéritos encaminhados
ao Ministério Público e do Ministério Público para o Judiciário. Imaginem
ainda, depois, o quanto depois se perdia no Tribunal do Júri. Isso quer dizer
menos de 2% dos homicídios, contra a sua maioria, Ver.ª Sofia, jovens, negros,
da periferia brasileira, por isso essa é uma política altamente importante de
ser apropriada por todas as dimensões políticas. Aqui nós estamos falando de
prevenir a morte, seja ela cometida algumas vezes pelas instituições policiais
ou por traficantes. Mas nós temos que reprimir, ter uma política eficaz para a
redução desse índice, através do aumento da punição. Aqui não se trata de
aumentar as penas nos homicídios, mas, sim, fazer com que os culpados, aqueles
que, efetivamente, cometeram homicídios, possam ir para cadeia. Até o ano 2000,
nós chegamos a 2%; de cada cem homicídios, apenas dois tinham o seu autor preso
no Brasil, gerando, obviamente, uma grande impunidade. Aqui, mostrando no
próprio Rio Grande do Sul, 81% dos inquéritos não tinham encaminhamento.
Então,
a Polícia Civil, através dessa estratégia que tem sido implantada, ela deverá
ser uma estratégia focada. Nós temos que escolher o foco. E a Polícia Civil
identificou, então, 11 municípios que eram responsáveis por 80% dos homicídios
do Rio Grande do Sul. E se iniciou, então, um grande trabalho focado de
estruturação de delegacias especializadas na repressão a homicídios nesses
municípios, que eram esses. Obviamente, Porto Alegre, como todos sabem, é
responsável por 25% a 30% dos homicídios do Estado, e essas 11 cidades
representam 80%. Implantada agora, há mais de um ano, essa estratégia, nós já
começamos a analisar os resultados, especificamente sobre a redução dos
homicídios, e o que nós temos é uma melhoria do trabalho de investigação da
Polícia Civil em 153% nos inquéritos relativos a homicídios. E eu quero
destacar que aqui não se trata tão somente de números, mas também da melhoria
da qualidade da produção da prova, para que o inquérito, efetivamente, chegue
com o autor identificado, provas robustas. Porque o depoimento, hoje em dia, já
não é uma prova forte a ser aceita pelo tribunal do júri. Ver. Nereu D'Avila,
nosso grande Promotor também, nós precisamos de provas técnicas, científicas,
tiradas em parceria com o IGP e a Polícia Civil.
Em
Porto Alegre, nós tivemos uma melhoria, e é talvez esse o dado principal que eu
gostaria de trazer ao conhecimento de todos uma melhoria de 334% na apuração
dos homicídios aqui na nossa Cidade. Isso quer dizer 334% a mais de autores de
homicídios foram identificados pela Polícia Civil ao longo deste último ano de
implantação da estratégia. Isso trouxe já, de forma imediata, ao final de um
ano, apesar do aumento da violência que segue em todo País e de vários
indicadores – não há por que se esconder isso, mas se tem conseguido êxito
naquilo que se objetivou, que é a diminuição do crime contra a vida, neste ano,
fechando em 7,7%, que é uma redução muito expressiva. As Estratégias de Redução
da Violência costumam levar em torno de dez anos, porque elas têm que ser
reduzidas, Ver. Brasinha, 5% ao ano, 4% ao ano. O fundamental é que não
percamos essa estratégia, seja em que Governo for. Este é o discurso que eu
gostaria de deixar aqui: que não percamos o foco, porque tínhamos até então um
grande departamento de repressão ao tráfico de drogas. Grande, com muitos
delegados, mas nós não tínhamos uma delegacia especializada para a repressão de
homicídios. Nenhuma. Nós esquecemos do crime contra a vida por causa da
defasada política de guerra às drogas. A ideia é de que nós temos que recolher crack, cocaína, maconha. O problema é
que, dentro das vilas, isso só aumenta a violência. A repressão tem que se dar
nas fronteiras. Dentro das cidades, temos que focar nos crimes contra a vida,
que é o que essa estratégia está fazendo com uma redução nos onze Municípios,
incluindo Porto Alegre, de 14%. Isso não pode se perder.
Nos
últimos dez anos, o Rio Grande do Sul vê aumentar o número de homicídios,
inclusive com o aumento de efetivo da Brigada. Até hoje, a velha teoria da
Segurança Pública, do senso comum, diz que nós precisamos mais brigadianos na
rua. No caso de crime de homicídio, não. O aumento de brigadianos não traz o
impacto direto na redução de homicídios. A Governadora Yeda aumentou em 3.800
brigadianos – Isso é um dado positivo para vários outros delitos –, o que
representou um aumento de 18% do efetivo da Brigada. Os homicídios, no ano
seguinte, subiram 10%. O Governador Tarso colocou 2.500. No ano seguinte, subiu
5%. Nós precisamos ter um trabalho de investigação especializada, que é o que
se conquistou. Até aquele momento, nós tínhamos, em todo o Rio Grande do Sul,
para investigação de homicídios, duas delegacias especializadas. Isso nos dava
um total, para aquelas duas equipes que havia aqui no Palácio da Polícia, de em
torno de mil homicídios a serem investigados ao ano para uma equipe de pouco
mais de cinco pessoas – mil por ano! É óbvio que isso não tinha nenhuma
possibilidade de obter sucesso, e apenas aqueles casos mais rumorosos que,
normalmente envolvem as classes altas recebiam atenção da Polícia, e aquela
centena de jovens não tinham nenhum tipo de atenção do Estado. Inclusive é
citado no jargão: “menos um”. Vai só para o arquivo e não é investigado. E, com
essas 16 delegacias que foram criadas, esse número já começou a diminuir.
As
novas viaturas da Delegacias de Homicídios – DHPP.
Isso
já se tornou lei aqui no Estado. E aqui é aonde que nós temos que chegar. Eu
queria dizer que eu não estou satisfeito com essas 16. É um grande avanço, é
uma nova política, é uma nova concepção de repressão aos crimes contra a vida,
mas nós precisamos muito mais, nós precisamos, internacionalmente... O
Departamento de Estado Americano ou o Departamento Europeu, que trata desse
tema, eles exigem que cada equipe especializada trate de, no máximo, 30
homicídios ao ano. Aqui é um número tipo Bolsa Família, Ver.ª Sofia, ou Saúde
da Família, que nós temos um número de equipes para um número de população.
Aqui também nós precisamos, no máximo, que cada equipe tenha 30 homicídios ao
ano. Isso quer dizer que nós precisamos, no Rio Grande do Sul, de 66 equipes
ainda. Hoje, de duas, saltamos para 16! E eu quero dizer que nós queremos lutar
para chegar a 66 equipes, e aí sim, com certeza, nós teremos uma aceleração da
queda; por consequência da melhoria da investigação e assim por diante.
E
aqui, obviamente nós estamos com os quadros de delegados completos; de agentes
também, houve um novo concurso, já está aberto mais um. Nós precisamos, Dr.
Thiago, o senhor que é também, que é do IGP – isso é uma demanda
suprapartidária, pela qual precisamos todos lutar –, aumentar a estrutura do
IGP, inclusive de peritos. Hoje o Rio Grande do Sul ainda é o vigésimo em
número de peritos. Então aqui não se trata de não mostrar os problemas, mas de
uma concepção de focar os esforços naquilo, Ver. Brasinha, que é o mais
precioso: a vida da nossa cidadania.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Gostei muito do seu discurso;realmente, é um bom trabalho. Quero
parabenizá-lo dizendo que tem lógica, tem números e há como a gente se
identificar.
Eu
sou fã de um bom trabalho. Quando existe um bom trabalho, temos que reconhecer,
porque V. Exa. reconheceu o trabalho que a Governadora Yeda fez. Isso significa
que estamos aqui para analisar. E, quando é bom, temos que fortalecer e
continuar. Parabéns pelo trabalho. Realmente, a Polícia Civil faz um trabalho
espetacular; inovou nessas 16 delegacias. E o que V. Exa. diz é muito
importante, tem lógica. E graças ao nosso Chefe de Polícia, o Ranolfo, que tem
esse trabalho tão direcionado, juntamente com o Governo, é importantíssimo para
a Cidade e para o Rio Grande do Sul. E para isso não existe partido, mas existe
a comunidade, a população de todo o Rio Grande.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Obrigado, Ver. Brasinha.
O Sr. Delegado Cleiton: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Parabéns, Ver. Kopittke, pela exposição em tudo que diz respeito à
minha Instituição. Eu tenho que vir aqui e agradecer por esta exposição
elaborada pelo amigo.
Eu
até gostaria de elogiar, principalmente os nossos agentes, os nossos delegados,
porque com essa atuação, com esse Projeto, têm feito milagres, até porque
continua, infelizmente – o senhor quer 66 delegacias – a política da coberta
curta. Hoje existem 16 delegacias que foram criadas no papel, mas não se
estabeleceu um espaço físico, um prédio decente para se trabalhar. Foram
criadas 16 delegacias em cima de 16 delegacias de bairros. Hoje faltam:
Cavalhada; é necessário ir lá na Assunção para registrar uma ocorrência;
Viamão, onde fica a delegacia em que eu trabalhava – hoje, presto esta
homenagem à minha equipe que deixei lá na Delegacia de Homicídios de Viamão –
ficou com essa política da coberta curta; toda a Vila Isabel sem uma delegacia
especializada, aquela delegacia do bairro, aquela delegacia em que as pessoas
vão registrar ocorrências. Então, o que nós temos que acabar... Não digo que o
nosso Governador está fazendo isso... Com a polícia, mais respeito e menos política
da coberta curta: tapa de um lado, tapa o pé, tapa a cabeça e destapa os pés.
Obrigado.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Perfeito, Delegado Cleiton.
A Sra. Sofia Cavedon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Kopittke, eu quero parabenizá-lo pela excelente exposição, o
que demonstra o seu estudo, a sua dedicação ao tema e a seriedade com que trata
o mesmo, porque é bem importante que a população se dê conta de que Porto
Alegre tinha uma Delegacia de Homicídios; hoje, tem quatro.
Então,
veja de que lugar que nós partimos! Porque é bem fácil cair naquela fala fácil
e oposicionista de que: está muito ruim a segurança pública. Quanto tu tens
apenas uma investigando; hoje, tu tens quatro, é uma dimensão muito
significativa de tratamento especializado, se não se considera no tempo
histórico, se perde a esperança, inclusive a visão de quem trabalha a médio
prazo. Então, parabéns!
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Obrigado.
O Sr. Idenir Cecchim: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Alberto Kopittke, parabéns pelo assunto que V. Exa. levanta
aqui. V. Exa. tem uma sensibilidade mais aguçada. Eu diria que é um grande
mérito seu, se V. Exa. fosse o Secretário de Segurança do Estado, seria ter um
ouvido melhor para ouvir a sociedade. Então, eu queria fazer este registro em
homenagem à sua preocupação com a segurança.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Agradeço pelas suas palavras. Então,
essas são as contribuições que gostaríamos de deixar, deixando bem claro que
segurança pública não se faz, Ver. Brasinha, como, há pouco tempo, um
Comandante da Brigada achou, no grito. Não é no grito, é na técnica, na
modernização das nossas instituições e numa polícia altamente moderna, como
todos nós sonhamos e vamos construir juntos aqui no Rio Grande do Sul. Muito
obrigado, Dr. Thiago.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. Alberto, eu peço que V.
Exa. leve à Secretaria Estadual de Segurança todo o nosso apreço,
principalmente pelo trabalho desenvolvido – como frisou o Delegado Cleiton – de
alguns delegados. E faço aqui o elogio honroso ao Delegado que era de Guaíba e
que agora está em Canoas, desbaratando o crime organizado, o Delegado Rafael
Soares Pereira. E quero lhe dizer, Ver. Alberto, que muito nos preocupa a
questão vinculada ao IGP, nós estamos com alguns problemas. Hoje, teremos
reunião com relação a isso, fomos procurados por profissionais do IGP e
queremos a sua ajuda no sentido de procurar resolver essas questões funcionais,
principalmente as vinculadas aos peritos médicos-legistas. Então acreditamos no
diálogo e na concertação desse processo todo, que tem afligido muito os
servidores do IGP, que, como V. Exa. bem falou, são fundamentais.
O Ver. Mario Manfro está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Desiste.
A Ver.ª Sofia Cavedon
está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores; agradeço à Bancada do PT – Ver. Engº Comassetto,
Líder; Ver. Sgarbossa, Ver. Kopittke – que me possibilitou vir aqui tratar de
um tema que não é individual, porque tem uma conotação geral importante, e por
isso demos a relevância do seu tratamento na liderança da Bancada do Partido
dos Trabalhadores. Nos surpreendemos – não apenas esta Vereadora, autora da
proposição, mas o conjunto da Bancada – com o veto total a um projeto de lei,
aprovado por este Legislativo, que pretende estabelecer uma norma para a cidade
de Porto Alegre, para as escolas da nossa Cidade – não as escolas públicas
apenas, mas todas as escolas situadas na Cidade. Esta Casa votou, no início do
ano, essa proposição, dizendo que os playgrounds,
as pracinhas de brinquedos das escolas municipais e estaduais – não está
listado assim, mas fala das escolas da cidade de Porto Alegre –, devem prever,
no mínimo, um brinquedo adaptado para fins de atender ao processo de inclusão.
Então eu retomo: nós votamos, aprovamos nesse Plenário que seja regra a
necessidade que os playgrounds, Ver.
Pedro Ruas, das escolas de forma geral em Porto Alegre, tenham pelo menos um
brinquedo adaptado para criança com deficiência, seja ela cadeirante, seja ela
de deficiência mental, que tenha dificuldade motora, que tem que ter cuidados
especiais, na forma de ser alojada ou acomodada no brinquedo para poder brincar
com as demais crianças. Muito bem, o que faz o Governo Municipal? Veta
totalmente o projeto. Veta! Um projeto entendido nessa Casa, depois de um
grande debate, inclusive nesse debate apareceu de que nós, o Município já
estaria fazendo, porque a Câmara ia estabelecer, e nós discutimos aqui que
seria uma norma para além de uma gestão, para além de uma vontade política de
determinados Governos, mas que era integrar definitivamente também na política
de equipamentos das escolas o acesso da criança com deficiência, a todos os
espaços, a todas as atividades pedagógicas propostas para ela. A Prefeitura de
Porto Alegre veta o projeto. É um Veto total, não é nem uma adequação. E, para
o meu espanto o argumento que é reproduzido pelo Sr. Prefeito, na verdade o
Vice-Prefeito assina enquanto Prefeito em exercício, é o argumento de que a
Prefeitura Municipal de Porto Alegre já possui diretriz como política pública a
colocação de brinquedos e equipamentos de lazer acessíveis nas escolas que o
necessitem, possuindo no mínimo dois brinquedos: gira-gira e balanço, além de
outros equipamentos adaptáveis às características de cada unidade escolar.
Senhores!
A Prefeitura diz: entendemos a boa intenção da nobre Vereadora”. Muito bem, Sr.
Presidente, então, apesar de ser uma diretriz, de haver concordância com o
conteúdo, o governo diz: “Não, o Legislativo não pode determinar o que nós
temos que fazer”. Mas, senhores e senhoras, eu considero isso um veto político,
um lamentável e triste veto político a uma iniciativa do Legislativo, porque
nós não faríamos leis se não entendêssemos que não eram para atingir apenas um
governo. Os governos passam e as políticas devem permanecer. Novas escolas
serão construídas, novas escolas infantis, quase 50, o governo federal está
encaminhando para a cidade de Porto Alegre. Portanto, essa é uma política que a
Cidade tem que incorporar para além do atual governo, para todos os governos,
para todas as escolas, porque a inclusão veio para ficar. A nossa comissão fez,
nas quinta e sexta, aqui, um grande seminário que tratou da escola que
desnormaliza, da escola que centra a educação no protagonismo do aluno. Então,
é inaceitável um veto dessa natureza. Nós queremos tratar, lá na liderança,
como um veto, infelizmente, à contribuição da oposição, à contribuição dos
parlamentos para o Executivo, ao acúmulo que o debate, na Cidade, para além da
relação do Executivo, tenha produzido, e é isso que nós produzimos: exemplar,
emblemático, bonito, importante, como um gesto para inclusão escolar.
A nossa Bancada entende que há um veto às
conquistas da diferença, da ação de quem ainda se considera barrado para o
acesso à educação, à cultura, à cidade. Portanto, também em função de falar na
liderança, fazer um apelo e uma busca novamente para a construção com o
conjunto dos Vereadores. Eu já liguei para o Presidente, para o Sr. Sebastião
Melo, Vice-Prefeito, já falei desse tema, já falei da incompreensão desse veto
e já falei que gostaríamos, como Bancada do Partido dos Trabalhadores, de
construir uma superação desse veto, porque ele não atinge só a soberania do
Legislativo, a autoria do Parlamento; ele atinge as crianças e adolescentes
com deficiência que estão, finalmente, depois de muita luta, chegando às
escolas.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY:
Sr. Presidente, Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste nas galerias e
na TVCâmara, em especial a Ver.ª Luiza e Ver. Mario Fraga que, pelo nosso rodízio,
hoje teriam este período de liderança e me cedem este tempo para que eu possa
fazer algumas considerações, inclusive a pedido das voluntárias do Instituto do
Câncer Infantil, que estão mobilizando o Novembro Dourado. Eu quero trazer ao
conhecimento daqueles que nos assistem, em especial pela TVCâmara, que o câncer
infantil, pelo menos dos cinco aos 19 anos, é a doença que mais mata jovens no
Brasil. Então isso é para uma conscientização: o laço dourado é o laço da
união. Nós sabemos que as crianças que têm procurado essas instituições
médicas, que têm enfrentado o câncer, têm atingido quase 70% de recuperação,
porque a criança reage muito bem aos tratamentos. Em especial, o nosso clube do
Rotary, o Porto Alegre Norte, tem uma equipe de voluntários que trabalha em um
brechó e pediu que fizéssemos esse registro aqui na Câmara, deste mês que agora
se inicia, e sobre a conscientização da prevenção, o que conta muito no combate
ao câncer. Assim, fica aqui o nosso reconhecimento a essa iniciativa.
Também fazendo um gancho com o Rotary, quero
dizer que nesse domingo fomos no Parcão, no “chimarotary”, organizado pelo
Rotary Moinhos, também com a presença dos companheiros do Rotary São Geraldo,
do Anchieta, do Porto Alegre Norte, o pessoal também pediu que nós fizéssemos
aqui uma intervenção no sentido de recolocarmos em funcionamento o moinho do
parque Moinhos de Vento, no Parcão. Então, vamos ver se junto com a SMAM, junto aos parceiros que adotaram o Parcão, nós
podemos transformar o moinho, que ali está parado, em um moinho vivo, em
movimento, de novo.
Quero
falar também sobre a Feira do Livro. Nós participamos, neste final de semana,
da abertura, do início dos trabalhos da Feira do Livro. Quero cumprimentar
todos aqueles que, de uma forma ou de outra, colaboraram para o sucesso do
evento. A nossa Casa está com um novo estande também, promovendo atividades.
Quero dizer que amanhã estaremos lá participando de uma atividade, junto com o
Gilberto Schwartsmann, que é autor de um livro, às 19h. Quero convidar aqui também
àqueles que, porventura, queiram saber um pouquinho da trajetória desse médico
pesquisador, que conta sobre os pacientes que, ao longo da sua vida tratou e
das peculiaridades de alguns casos. Tivemos a oportunidade de levar esse
escritor para autografar o seu livro ali no estande da Câmara. Queria também
aproveitar para convidar os amigos aqui, os Vereadores, o público que nos
assiste nas galerias e pela TVCâmara, para se fazerem presentes na Feira do
Livro.
Quero
também aqui dar um destaque – agora falando um pouquinho de direito e defesa do
consumidor – para uma nova definição da Anatel, que eu achei relevante e
importante. Eu acredito que nós estamos trabalhando no sentido de melhorar o
serviço da telefonia. Acho que a Casa, a partir da instalação da CPI da
Telefonia Móvel, acendeu uma luz vermelha também no que diz respeito à
telefonia móvel. Sabemos que a velocidade da Internet, às vezes, e os serviços
que são comprados, não correspondem às expectativas de quem paga por tais
serviços. Então, a partir de sexta-feira, as empresas deverão garantir,
mensalmente, em média, 70% da velocidade contratada. Eu, por exemplo, tenho
contratado 10 mega de velocidade,
pelo menos, quando eu for usar o serviço, tenho que ter disponível 7 mega de velocidade. Então, na média, se
a pessoa está pagando por 10 mega de
velocidade, acho que está razoável que ela tenha o serviço oferecido em 70% –
antes era de 60%. A mesma coisa com as transmissões instantâneas que aumentaram
de 20% para 30%. Eu acho que a legislação aperfeiçoa e melhora a qualidade do
serviço para quem está lá na ponta, para quem paga, que é o consumidor. Então,
fica aqui também o registro neste tempo de Liderança por esta iniciativa. Eu
acho que estamos aperfeiçoando, neste mundo globalizado, as questões que dizem
respeito à web e aos serviços de
Internet, de TI no nosso Município a partir dessa legislação federal e que
agora, então, vamos ver se os órgãos daqui, da competência municipal, passam
também a fiscalizar, sendo essa regra um benefício para o consumidor lá da
ponta, que, na realidade, somos todos nós. Pela atenção, muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Nós estamos gravando hoje vários takes que vão para o nosso estande na
Feira do Livro, com a participação dos Vereadores destacando a importância do
livro e da leitura.
Fazemos
uma saudação ao Sr. Valdir, que nos visita.
A
Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Presidente, eu queria aproveitar este
momento de Liderança do PSOL para relatar que ontem o nosso Partido passou pelo
4º Congresso Estadual. Aqui, justamente neste plenário, foi realizada a etapa
estadual do nosso congresso partidário, no qual, durante todo o dia, nós, junto
com os companheiros que vieram das cidades do interior, discutimos e planejamos
o futuro do Partido, assim como fizemos um balanço da nossa situação no último
período. É muito importante reafirmar, como foi reafirmada durante a tarde de
ontem, a necessidade de fortalecer, cada vez mais, um perfil partidário, um
perfil que seja diretamente vinculado às lutas populares, às demandas sociais,
um perfil classista, um perfil partidário anticapitalista e que consiga
transformar, em um programa, o mosaico de reivindicações que o povo brasileiro
colocou nas ruas em junho deste ano. Um programa que consiga dar conta de
combater as desigualdades sociais históricas, combatendo a dívida pública, por
meio da suspensão do pagamento e da auditoria, a taxação das grandes fortunas,
o debate de uma reforma agrária, da reforma urbana, o debate da necessidade de
radicalização da democracia direta, com a ampliação dos espaços de controle do
povo sobre a política e a economia, um debate sobre a necessidade de se avançar
nos direitos civis, na luta das mulheres, na luta dos negros e negras, de
combate ao racismo, na luta LGBT por direitos, pelo casamento civil
igualitário, pelo combate à homofobia, na defesa da educação pública financiada
justamente por esses recursos, e de uma pauta muito importante, que é a
auditoria das obras da Copa. O BNDES financiou bilhões e bilhões de reais de
dinheiro público para empreiteiras, megaconstrutoras; os valores, Ver. Pedro
Ruas, nosso Líder, das obras da Copa cada vez aumentando, enquanto o povo pena
esperando por uma cirurgia, um atendimento nos nossos postos de saúde; e, ainda
hoje, sequer o piso nacional do magistério é pago.
Na
tarde de ontem, fizemos o debate programático do nosso partido, assim como a
necessidade de reafirmar esse perfil e esse programa personificado em uma
pré-candidatura que possa dar conta de fazer esses debates de que o Brasil
precisa. Estamos, como vocês sabem, apoiando e colocando para o debate o nome
da nossa companheira Luciana Genro, que justamente, há 10 anos, vem construindo
o PSOL. Ela mostrou a sua garra, a sua coerência quando se recusou a votar a
favor de uma reforma que retirava o direito dos trabalhadores, como foi a
reforma da Previdência, sendo inclusive expulsa por quem hoje está no banco dos
réus no caso da CPI do Mensalão: José Dirceu, José Genuíno e companhia
limitada, que expulsaram os parlamentares radicais do PT, lá em 2003, quando
esses se recusaram a votar contra os interesses da classe trabalhadora. E,
nesses 10 anos de balanço e de perspectiva, que marcaram o nosso 4º Congresso
do Partido, nós também fizemos um debate aqui do nosso Estado, em que, mais uma
vez, reconduzimos à liderança do PSOL, como Presidente Estadual, o Ver. Pedro
Ruas. Isso se deu não só pelo caráter combativo e o comprometimento com as
jornadas de junho, com a sua luta histórica pelos trabalhadores, mas também
pelo balanço positivo dessa direção partidária. Essa direção partidária tem
consolidado o PSOL no interior do Estado e forneceu uma faísca ao estopim que
nós vivemos quando o povo se levantou contra o aumento das passagens em todo o
Brasil. Nós sabemos que Porto Alegre teve uma importância fundamental para as
jornadas de junho, porque foi justamente na nossa Cidade que os jovens
começaram a mobilização contra o aumento abusivo da tarifa, que iria para R$
3,05, e, junto com os rodoviários, tomaram as ruas de Porto Alegre, amplamente
apoiados pela população. E, quando, através da nossa ação jurídica e política,
encabeçada pelo Ver. Pedro Ruas e por esta Vereadora, conseguimos garantir, no
Judiciário, a redução da tarifa da passagem em Porto Alegre, quando isso
aconteceu, Porto Alegre deu exemplo ao resto do País. E, não foi à toa, que São
Paulo dizia: “Vamos repetir Porto Alegre”; foi São Paulo se espelhando,
portanto, num exemplo da nossa Capital, porque é justamente assim que nós
queremos construir o nosso Partido, um partido que é parte dos movimentos
sociais, que participa das mobilizações, que é coerente com os interesses da
classe trabalhadora e da juventude, e, ao mesmo tempo, que dá o canal político
para a demanda das ruas, a partir de instrumentos jurídicos ou políticos, como
foi a ação da passagem, que garantiu a conquista dos movimentos e, ao mesmo
tempo, o empoderamento da ação independente do povo, para garantir as grandes
conquistas que o Brasil precisa.
É
por isso, portanto, que o nosso Vereador, atual e futuro Presidente, foi
reconduzido à presidência estadual do PSOL, assim como nós fizemos o debate em
relação ao nosso Estado.
Os
ataques promovidos pelo Governo Tarso em relação aos professores, que seguem
com os salários arrochados e não têm o piso garantido, os ataques que os
bancários... E eu, como bancária do Banrisul, quero falar dos 41 dias que a
nossa categoria ficou em greve; o Governo se manteve intransigente nas negociações
históricas da nossa categoria referentes ao plano de carreira, ao mesmo tempo
em que criminalizou os movimentos sociais e populares e faz uma falácia na
imprensa, dizendo que está renegociando a dívida, quando, na verdade, está
mudando o indexador da dívida do Estado do Rio Grande do Sul com a União, e só
poderá dar qualquer fôlego financeiro para o Estado em 2028. Isso é muito
falacioso. É necessário auditar essa dívida do Estado do Rio Grande do Sul, que
nunca foi auditada e está sendo paga sem ser questionada por todos os governos,
para que se possa, de fato, investir em educação, saúde, segurança e
assistência.
Por
isso, ontem, nós reafirmamos a nossa posição partidária, de uma candidatura
própria do PSOL, e lançamos, como pré-candidatura para o debate político, o
nome do Roberto Robaina, porque nós não aceitaremos nem o governo de Tarso
Genro nem a alternativa conservadora que está sendo construída a partir de
outros partidos para apoiar a Ana Amélia. Queremos desmascarar essa falsa
polarização e colocar uma alternativa de esquerda, que possa fazer o debate com
a sociedade sobre a necessidade de construir um governo com os trabalhadores,
com a juventude, que governe para o povo e não para os interesses dos grandes
empresários.
Quero
agradecer a atenção de todos, e, ao mesmo tempo, desejar um profícuo trabalho
ao nosso presidente do PSOL, Ver. Pedro Ruas, nesses próximos dois anos de
gestão estadual. Conte com esta companheira na luta para consolidar o nosso
Partido no Estado.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver.ª Fernanda.
Solicito
que as Lideranças se aproximem da mesa, para que possamos acordar a
continuidade da Sessão. (Pausa.) Eu queria agradecer a presença das Lideranças.
Então, como nós antecipamos o período de Comunicações, voltamos a ele.
O
Ver. Mario Manfro está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. Muito
obrigado, Ver. Mario Manfro. O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Paulinho Motorista está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste. Muito obrigado, Ver. Paulinho Motorista.
A
Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo do Ver. Pedro Ruas.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Agradeço ao Ver. Pedro Ruas pela cedência
de tempo. Eu gostaria de falar do nosso evento durante a Feira do Livro em
Porto Alegre. Todos sabem que foi lançada a 59ª Feira do Livro da nossa Cidade,
a maior feira do livro a céu aberto das Américas e que é um importante espaço
de promoção do livro e da leitura. Boa parte dos Vereadores e Vereadoras
acompanhou o nosso trabalho intermitente na luta pelo livro e pela leitura na
Legislatura passada, quando nós, a partir da Frente Parlamentar de Inventivo à
Leitura, conseguimos reunir os atores sociais que lutam em defesa da educação,
em defesa da literatura, juntando bibliotecários, juntando mediadores de
leitura, juntando escritores da nossa Cidade, juntando Conselhos vinculados à
pauta, como o Conselho Regional de Biblioteconomia, e conseguimos trazer esse
debate para dentro do Parlamento. Eu, como bibliotecária e defensora de que
existe uma dívida histórica do Estado com o povo brasileiro no que tange ao
livro e à leitura, não podia deixar de trazer esta luta para dentro do
Parlamento. É inegável que o Brasil tem um dos mais baixos índices de livros
lidos por ano pelo seu povo. E não é para menos porque, infelizmente, faltam
políticas públicas que incentivem a produção de livros, a formação de novos
escritores, a valorização de bibliotecas municipais e estaduais...
O Sr. Pedro Ruas: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Eu quero apenas, Ver.ª Fernanda Melchionna, elogiar mais esta
iniciativa de Vossa Excelência. Na verdade, o relançamento da Frente
Parlamentar para todos nós tem muito significado. Ela ocorre no momento da
realização da Feira do Livro. Eu já sei que o Patrono da Feira do Livro, o
escritor Fischer, intelectual conhecido e reconhecido em nosso meio, estará
presente às 15h, sexta-feira. Eu confirmo, obviamente, a minha presença, sei
que muitos Vereadores também estarão lá, mas quero dizer que o trabalho de V.
Exa. tem sido cada vez mais incentivado por personalidades do mundo intelectual
da nossa Cidade e de uma forma que orgulha todos nós, do PSOL, e também seus
colegas de outros Partidos aqui da Câmara Municipal. Então, estaremos com V.
Exa. na sexta-feira, às 15h, na Feira do Livro.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Muito obrigada, Ver. Pedro Ruas, agradeço
os elogios e agradeço a presença, porque esta luta em defesa do livro e da
leitura será mais forte quando houver união e mobilização permanentes em defesa
de mais recursos, de mais orçamento, de execução do Plano Municipal do Livro e
da Leitura, que foi uma das construções da Frente junto com as entidades e os
lutadores, sancionado e votado por esta Casa. Foi criado, há mais de uma
semana, o Comitê Gestor de Execução do Plano Municipal do Livro e da Leitura.
A Sr.ª Sofia Cavedon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Muito breve, quero dizer que, infelizmente, a minha tarde de
sexta-feira já está com uma agenda que não dá para remover, mas eu sou
parceira, eu te parabenizo por não deixar a Frente parada, porque ela fez um
grande feito. Sugiro que a nossa Frente faça um balanço, vigie e verifique cada
uma das ações do Plano Municipal do Livro e da Leitura, um objeto concreto que
nós temos que fazer acontecer. Parabéns!
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada, Ver.ª Sofia, já a considero
como uma integrante, portanto, da nossa Frente, mesmo que não possa estar no
lançamento, porque a Frente terá muitos desafios. Fiscalizar a execução do
Plano Municipal do Livro e da Leitura certamente é um dos desafios da Frente,
batalhar para que haja o chamamento e a valorização das bibliotecas municipais,
incentivar as bibliotecas comunitárias, buscar políticas públicas de promoção
do livro e da leitura não só nas escolas, mas também, por exemplo, em
equipamentos públicos que possam promover o acesso ao livro e à leitura, buscar
a realização de oficinas de escrita públicas porque, infelizmente, nós não
temos ainda esta política no Município de Porto Alegre. Então, são muitos
desafios. Nós estaremos lançando, Presidente, na sexta-feira, às três da tarde,
a Frente Parlamentar de Incentivo à Leitura lá, no estande da Câmara de Vereadores,
na Feira do Livro. O Patrono da Feira do Livro já confirmou presença, o
Conselho Regional de Biblioteconomia também, professores da Universidade, do
Instituto Técnico também já confirmaram presença, bibliotecas comunitárias
também já confirmaram presença. Nós queremos convidar todos os Vereadores e
Vereadoras para estarem presentes conosco, e que não só participem da Frente
nesta luta em relação ao livro e à leitura, mas que também levem uma poesia
porque, depois do lançamento, nós faremos um sarau no estande da Câmara de
Vereadores na Feira do Livro de Porto Alegre. Muito obrigada pela atenção de
todos.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Eu estendo esse convite a todos os
Vereadores para que participem da Feira do Livro, utilizem o seu espaço. O Ver.
Marcelo Sgarbossa, na última sexta-feira, estava utilizando o seu espaço, que é
um espaço da cidade de Porto Alegre, um espaço de todos nós.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver.
Tarciso Flecha Negra está com a palavra em Comunicações. (Pausa.)
A
Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores; agradeço
à Ver.ª Fernanda, ao Ver. Pedro, ao Ver. Mauro, ao Ver. Comassetto, aos
Vereadores do PCdoB. Usamos esta Liderança de oposição para fazer, mais uma
vez, o debate sobre um tema que, em seguida, na Ordem do Dia, será pauta. E,
como já entra direto nas votações – estamos votando o Substitutivo do Ver.
Bernardino Vendruscolo –, queremos aproveitar este período de discussão de
oposição para firmar a nossa posição sobre o tema de alteração de índices
construtivos para fins de incentivos na cidade de Porto Alegre. Nós
entendemos que o índice construtivo, o Solo Criado, o direito de construir é
uma riqueza preciosa na mão do gestor. Os prefeitos e as prefeitas têm uma
riqueza e podem com ela influenciar o desenvolvimento da cidade, direcionar
para áreas degradadas, beneficiar e estimular determinados investimentos
fundamentais para o crescimento da cidade, para a harmonia da cidade. O Plano
Diretor é uma base para o trabalho e para a flexibilidade que terá o gestor, e
um dos instrumentos que o gestor tem é o direito de construir, o índice construtivo,
as possibilidades de compensação.
O
que nós temos visto, infelizmente, na nossa Cidade, é uma concessão de índice
que não retorna em interesse público para Porto Alegre. Pode e acaba retornando
em interesse privado, em determinados empreendimentos, em determinadas ações,
negócios, como os negócios da Copa, mas o conjunto da população, na verdade,
tem ficado com o ônus. O legislador federal foi muito inteligente quando
construiu o Estatuto da Cidade, esses instrumentos foram pensados no bojo de um
conjunto de instrumentos. Um dos instrumentos se chama concessão onerosa do
direito de construir. Quando a Prefeitura concede o direito de construir, ela
concede vendendo porque entende que é necessário, que é importante, que ali é
possível densificar, e recupera recursos para beneficiar setores como o da
habitação popular, que tem um imenso déficit; como o setor da preservação
cultural, patrimonial, da memória, em que, na maioria das cidades, nós temos
uma depredação, uma deterioração em praça pública a olhos vistos. Está se
perdendo o nosso patrimônio, está se perdendo a nossa história, a nossa
identidade, a nossa memória. Então, são instrumentos como o direito oneroso de
construir – isso é previsto no Estatuto da Cidade –, como o Estudo Prévio de
Impacto de Vizinhança e a combinação dos dois. É sobre a combinação dos dois
que quero falar aqui, em nome da oposição. Porque, por um lado, se é possível
conceder a construção e, no caso desta lei que vai beneficiar obras iniciadas,
é isso, é uma liberalidade do gestor... “Ah, o critério é o Plano Diretor
anterior!” Tudo bem, para ter um critério de concessão, porque, senão, poderia
ser o dobro dos andares. Porém é uma liberalidade do gestor, é o Prefeito de
nossa Cidade que diz: “Olha, eu vou devolver, eu vou garantir índices
anteriores ao Plano atual”. Só que, senhores, vamos lembrar que outros
instrumentos foram criados junto com esses para que uma cidade não sofra o puro
impacto, o impacto bruto, o impacto, muitas vezes, violento desse direito de
construir. E um desses instrumentos é o Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança
porque tu não reconstituis um Plano Diretor anterior sem uma medida mitigadora,
cuidadora do novo entorno, dos novos direitos conquistados pela cidadania.
Então, é disso que se trata.
Eu
poderia fazer uma analogia com a OAS, porque aqui, por ironia, trata-se de um
dirigente do Inter. A OAS está sendo acionada na Justiça, mas não é ela, é a
Prefeitura, porque a Prefeitura não exigiu, não estabeleceu! Estabeleceu
tecnicamente, mas, na política, retirou todas as contrapartidas que
beneficiavam a população no entorno. Retirou criminosa e escandalosamente!
Agora o Ministério Público determinou, recomendando que a Prefeitura não faça
obra com dinheiro público que a OAS devia fazer com dinheiro privado. Está ali,
está na previsão da Lei Orgânica, do Estatuto da Cidade, da Constituição, etc.,
etc.
Eu
encerro, Presidente, dizendo: não façamos a mesma coisa agora com esta lei que
vem aqui porque, além de errar, o Executivo faz com que a Câmara seja conivente
com os vários projetos que traz para cá. Conivência desta Vereadora, conivência
da oposição, do jeito que a oposição pensa uma Cidade sustentável não haverá. E
nós gostaríamos de que o conjunto do plenário pensasse dessa maneira; a
cidadania tem direitos que conquistou e que estão sendo suprimidos pelo
processo legislativo desta Casa.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 16h20min): Havendo quórum, passamos à
ORDEM
DO DIA
Apregoo a Emenda nº 02, de autoria do Ver. Airto Ferronato,
ao PLL nº 062/13.
Apregoo Requerimento, de autoria do Ver. Airto
Ferronato, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 02 ao PLL nº 062/13 à
apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo a Emenda nº 03, de autoria do Ver. Alberto Kopittke,
ao PLL nº 062/13.
Apregoo Requerimento, de autoria do Ver.
Alberto Kopittke, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 03 ao PLL nº
062/13 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
VOTAÇÃO
(encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 2156/12 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 038/12, que estabelece incentivo para adequação e
conclusão de prédios inacabados no Centro Histórico, visando sua reinserção na
estrutura urbana da cidade. Com Emendas
nos 01, 03 e 05 a 08 ao Projeto; Substitutivo nº 01 com Emendas nos
01 a 04, 07 e 08; e Subemendas nº 01 à Emenda nº 01 e nº 01 à Emenda nº 02,
relativas ao Substitutivo.
Parecer:
- da CCJ.
Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica
para a tramitação do Projeto, da Emenda nº 03 ao Projeto, do Substitutivo nº 01
e das Emendas nos 01, 02 e 03 ao Substitutivo nº 01; e pela
existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação das Emenda nos
01 e 05 ao Projeto e da Emenda nº 04 ao Substitutivo nº 01.
Observações:
- retiradas de tramitação as Emendas nos
02 e 04 ao Projeto, e 05 e 06 ao Substitutivo nº 01;
- incluído na Ordem do Dia em 19-08-13
por força do art. 81 da LOM;
- aprovada a Emenda nº 01 e rejeitadas as
Emendas nos 04 e 07, todas ao Substitutivo nº 01, em 30-10-13;
- votação nula por falta de quórum da
Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01, em 30-10-13.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação nominal, solicitada pela Ver.ª
Fernanda Melchionna, a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01 ao
PLE nº 038/12. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 19 votos SIM, 07 votos NÃO e 04 ABSTENÇÕES.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito que votemos em
bloco as emendas restantes, porque elas formam uma harmonia com o Substitutivo
apresentado.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, nós não temos acordo com
votação em bloco.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. João Carlos Nedel. (Pausa.)
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Para facilitar, eu retiro o Requerimento.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Vereadores Comassetto e Nedel.
O SR. ENGº COMASSETTO: Eu só quero registrar aqui que o Ver.
Nedel veio para a política do bom-senso, porque são emendas diferentes, e
precisamos ouvi-las e analisá-las diferentemente. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Vereadores, pela sensibilidade
de ambos.
Em
votação nominal, solicitada pela Ver.ª Fernanda Melchionna, a Emenda nº 02 ao
Substitutivo 01 ao PLE nº 038/12. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 23 votos SIM e 08 votos NÃO.
Em votação
a Subemenda nº 01 à Emenda nº 2 ao Substitutivo nº 01 ao PLE nº 038/12.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Seria possível explicar-nos melhor esta
Emenda?
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Posso lê-la de novo, Vereador. (Procede à
leitura da Subemenda nº 01.)
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Solicita nominal, Ver. Pedro Ruas?
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, eu mantenho o pedido de
nominal. Só que eu não entendi por que o Vereador autor da Subemenda, não
encaminhou. Mas fica uma situação de que quem não cumpre a lei – ninguém vai
cumprir – será apenas notificado. Quer dizer, parece que nega o projeto. Essa é
a circunstância que eu acho que está confundindo o plenário. Porque nega o
projeto, entende? Ninguém vai fazer, e aí será notificado. Ela fica inócua!
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Isso é mérito, Vereador.
Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Pedro Ruas, a Subemenda nº 01 à Emenda nº
2 ao Substitutivo nº 01 ao PLE nº 038/12. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 19 votos SIM e 10 votos NÃO.
Em votação nominal, solicitada pela Ver.ª Fernanda Melchionna,
a Emenda nº 03 ao
Substitutivo nº 01 ao PLE nº 038/12. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 14 votos SIM e 15 votos NÃO.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Eu lamento, mas tem gente... (Vaias.) Eu
vou pedir a renovação de votação desta emenda, porque o plenário não a
entendeu.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Perfeito. Por favor, faça-a por escrito.
Muito obrigado, Ver. João Carlos Nedel.
Em
votação nominal, solicitada pela Ver.ª Fernanda Melchionna, a Emenda nº 08 ao
Substitutivo nº 01 ao PLE nº 038/12. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA
por 08 votos SIM, 21 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Em
votação o Substitutivo nº 01 ao PLE nº 038/12. (Pausa.)
O
Ver. Engº Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do Substitutivo
nº 01 ao PLE nº 038/12.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadores,
colegas Vereadoras, senhoras e senhores que aqui nos assistem, na verdade, a
intenção do projeto era uma. O Governo trouxe um projeto para esta Casa que tem
por objetivo resolver o problema dos prédios inacabados do Centro da Cidade. A
nossa bancada veio, desde o primeiro momento, dando acordo ao projeto, com
algumas adequações. Aqui fizemos mais de um debate com o Líder do Governo, Ver.
Airto Ferronato, com o próprio Governo e propusemos uma emenda delimitando que
o território para fazer essa adequação é a região Centro de Porto Alegre. Pois
bem, foi apresentado um conjunto de emendas aprovadas, inclusive contrariando a
orientação do Governo, e eu não entendi mais nada da base, que simplesmente
está rasgando o nosso atual Plano Diretor; está criando um Frankenstein na
cidade de Porto Alegre no que diz respeito ao planejamento urbano. E eu me
apoio inclusive no conhecimento da Rosane Zottis, que está aqui. Porque o projeto
original apresentado, com as emendas acordadas, traz um benefício para a
Cidade. E nós defendemos um conceito de que a cidade tem que ser revitalizada
no seu centro, que as pessoas têm que vir morar no centro da Cidade. Para isso,
aqueles prédios já iniciados, cuja base já está construída, pois iniciaram com
o Plano Diretor anterior, sejam concluídas. Agora, estender tudo isso para a
Cidade, trazer benefícios intermináveis, e, depois que acabar o prazo legal
estabelecido nessa Lei possa se fazer uma nova repactuação, bom, isso abriu uma
mesa de negociação interminável. E uma mesa de negociação, eu digo aqui, com a
possibilidade em todos os sentidos. Nada republicano o que foi proposto e
aprovado com as emendas. Portanto, eu espero que o Governo, que o Prefeito
Municipal, segundo a palavra que nos trouxe, segundo o Ver. Sebastião Melo,
Vice-Prefeito, com a palavra que nos trouxe, vete a metade dessas emendas que
foram apresentadas e que estão fora do foco, que é a revitalização do Centro e
a recuperação dos prédios históricos do Centro. Esse projeto com as emendas que
aí estão, apesar de termos acordo no conceito, não poderemos votar
favoravelmente, porque se rasgou o Plano Diretor atual e está se criando um
Frankenstein para a Cidade. Não seremos responsáveis por isso. Um grande
abraço! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a
palavra para encaminhar a votação do Substitutivo nº 01 ao PLE nº 038/12.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, Associação dos Moradores do Centro Histórico que está nessa luta
desde o início, eu venho a esta tribuna, por um lado, desconstruir uma ideia
que está na exposição de motivos do projeto do Governo, e a que nós já éramos
contrários, a de que esse projeto acabaria com os esqueletos no Centro da
Cidade. Primeiro, Porto Alegre tem um Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
Ambiental, e todos sabem que o Centro da cidade é extremamente valorizado, e,
muitas vezes, existem os esqueletos justamente para pressionar o Poder Público
e a Câmara de Vereadores para flexibilizar as leis e maximizar seus lucros.
Então, existe na Constituição Federal um conceito de função social da
propriedade. Se existem esqueletos abandonados há 20 anos no Centro da Cidade
não teria sido obrigação da Prefeitura notificar os proprietários do abandono
dessas obras ao invés de, mais uma vez, mandar projetos que beneficiem a
especulação imobiliária para a Câmara? Mas como eu disse na última intervenção,
existem muitas maneiras de defender interesses privados. Nós estamos vendo,
mais uma vez, essa defesa de interesses privados, da especulação imobiliária, e
vimos a Câmara de Vereadores piorar o projeto do Governo. E o Projeto do
Governo já colocava em risco o Museu Júlio de Castilhos, e já não previa um
projeto que tem ao lado, na Duque de Caxias, torres numa região que tem
densidade de mobilidade urbana, que já tem restrição de altura pela atual
redação do Plano Diretor, colocando em risco tudo aquilo que a sociedade
acumulou, que as entidades acumularam, que Porto Alegre conquistou, fruto da
Constituição Federal e do Estatuto das Cidades.
Mas
o Substitutivo consegue ser pior, consegue abrir isso para toda a Cidade. Na
prática ele rasga o Plano Diretor, ainda mais com algumas emendas que foram
apresentadas em relação a prazos. Prazos dilatados para mais uma vez defender
interesses privados. Nós ficamos muito preocupados quando não só o debate
democrático não é feito com a Cidade porque – e graças à insistência da
Associação dos Moradores do Centro Histórico – foi feita uma reunião da CUTHAB
lá ao lado do Museu Júlio de Castilhos e que tirou que haveria uma mediação,
uma negociação para garantir a preservação do primeiro museu da história do Rio
Grande do Sul, que é o Museu Júlio de Castilhos que já sofre com umidade em
função das alturas que já são altas na Duque de Caxias, na gloriosa Rua Duque
de Caxias, no Centro da nossa Cidade. E o projeto permitirá construir o dobro
de andares que permite hoje o Plano Diretor. Onde foi a Casa do Borges de
Medeiros e onde não tem fundação, e havia um debate em curso de negociação com
os moradores, com a Associação do Centro Histórico e com todos os envolvidos –
a Câmara de Vereadores –, a Câmara, de maneira açodada para barrar a
possibilidade de que houvesse esse avanço, que seria pelo menos em relação
àquele Museu, quiseram votar esse Projeto com o nosso voto contrário,
evidentemente, nosso voto do PSOL, de que não deveria ser priorizado este
projeto. Existiam emendas aqui extremamente complexas, querendo excluir,
inclusive, as garagens, do que é computado nos índices de aproveitamento.
Então, nós estamos falando de coisas muito sérias.
O
Plano Diretor da nossa Cidade, que teve nove meses para a sua atualização, em
função do Estatuto da Cidade, e que, na minha opinião, aprovou muitos acintes,
como os Projetos Especiais de Impacto 1 e 2 ficarem a critério da Prefeitura,
com a caneta única do Executivo para liberar projetos que têm grande impacto na
Cidade, sem debate com a Cidade, sem debate com os moradores, sem controle
social. Infelizmente, nós sabemos que, quando o controle social sai de cena,
ganham os interesses privados. Ganham os interesses privados! E é isso que nós
estamos vendo aqui. Eu espero que esse substitutivo seja derrotado, assim como
o projeto do Governo.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra
para encaminhar a votação do Substitutivo nº 01 ao PLE nº 038/12.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores; nós começamos a discutir alhos e terminamos em bugalhos. Essa é a
grande verdade. O Executivo mandou um projeto justo, com boas intenções;
acredito que o substitutivo seja também de boa intenção, de muito boa intenção,
só que faltou o clareamento, ou o esclarecimento. E não venha se dizer aqui que
os Vereadores deveriam estar por dentro disso, porque a emenda apresentada em
cima das votações ninguém tem obrigação de ter discutido. Eu acho que nós temos
que discuti-la, sim. E estou chegando à conclusão – a minha conclusão, não é a
conclusão da Bancada, é a minha conclusão – de que o projeto original, votadas
as suas emendas, que são boas, mantendo o que o projeto quis dizer, a essência,
acho que temos que dar un pasito para
trás ou para o lado, ou para o outro
lado. Eu, sinceramente, estou achando que está na hora de substituir o
substitutivo pelo original, aproveitando as emendas do Executivo que estão no
projeto para salvá-lo e para dar oportunidade àqueles que querem acreditar e
que acreditam no Centro Histórico de Porto Alegre poderem fazer esse projeto,
poderem transformar aquilo que está iniciado em projetos acabados não só para
embelezar o Centro, mas também para ajudar a fazer com que o Centro tenha atrativos
e beleza. O Centro de Porto Alegre merece que se faça uma reflexão e que se
pense em substituir o substitutivo pelo projeto original com as emendas que
possam ser aprovadas e que possam ser aproveitadas. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Cassio
Trogildo está com a palavra para encaminhar a votação do Substitutivo nº 01 ao PLE
nº 038/12.
O SR. CASSIO TROGILDO: Boa-tarde, Sr. Presidente; boa-tarde, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; eu
vou ler aqui o art. 159 do Plano Diretor, como já fiz na Sessão passada, mas
vou reler porque me parece que, às vezes, esta tribuna serve não para resgatar
aquilo que já está previsto na lei desde 1999. A Lei Complementar nº 434, de
1999, que foi alterada, na revisão, pela Lei nº 646, de 2010, prevê exatamente,
no art. 159 – Das Disposições Finais e Transitórias (Lê.): “Salvo disposição em
contrário, serão examinados, de acordo com a legislação vigorante à época de
sua protocolização, os processos administrativos de projeto de edificação e
licenciamento de construção, respeitando o prazo para o início das obras, bem
como o projeto de parcelamento do solo e das suas edificações aprovadas com
base no art. 158, desde que observem o prazo de validade do Estudo de
Viabilidade Urbanística ou do Projeto Urbanístico”. Já está previsto no Plano
Diretor, no art. 159. O § 1º diz que as modificações dos projetos – ou seja, o
Plano Diretor, inclusive, permite alterações, modificações desses projetos –,
cujas obras foram iniciadas, serão examinadas de acordo com a legislação em
vigor na data de sua aprovação, devendo ser observada a legislação de proteção
contra incêndio. No § 2º diz Obra iniciada é aquela cujas fundações estejam
concluídas e a conclusão tenha sido comunicada ao Poder Executivo, desde que
executadas de forma tecnicamente adequada à edificação licenciada.
Portanto,
tudo isso já está previsto no Plano Diretor. O Governo mandou um projeto aqui,
como falei na última Sessão, para dar mais segurança jurídica a essas
interpretações. Inclusive a própria emenda que apresentei, a Emenda nº 08, e
acabei votando contra, que falava que precisava ter as fundações concluídas, eu
apenas copiei do Plano Diretor e coloquei na emenda para ficar ali,
consolidado, na lei que estamos tratando neste momento.
Eu
gostaria, Ver. Reginaldo Pujol, Ver. Paulo Brum e Ver. Airto Ferronato, como o
projeto é do Executivo, que tivesse o encaminhamento por parte da Liderança do
Governo de como é que fica agora este projeto em relação ao substitutivo, tendo
em vista que não foram aprovadas algumas emendas. Nós precisamos desse
esclarecimento. Eu tenho visto algumas manifestações na tribuna dizendo que
estamos rasgando o Plano Diretor. Isso já é previsto no Plano Diretor! Aliás,
não sei nem por que não têm sido aprovados os projetos no Executivo com esses
encaminhamentos. Parece-me que, para dar mais segurança jurídica, o Executivo
encaminhou esse projeto de lei que ora estamos debatendo, mas essas previsões
já existem no Plano Diretor. Os projetos devem ser encaminhados e têm que ser
analisados pelo Executivo Municipal. Então, fica aqui ao Vice-Líder, Reginaldo
Pujol, o pedido para que possamos, meu Vice-Líder do Governo, ter uma posição
do Governo de como fica o encaminhamento. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra para encaminhar a votação do Substitutivo nº 01 ao PLE nº 038/12.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago; Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, o que eu vou dizer aqui aos colegas Vereadores vai
deixá-los um pouquinho preocupados, mas eu sei que para a maioria dos senhores
o chapéu não vai servir, evidentemente, mas eu preciso dizer: busquem os meus
argumentos no final do ano passado, que rebuscavam, Ver. Engº Comassetto, o
Pontal do Estaleiro. Por que ninguém mais fala dos prédios que estão sendo
construídos lá no BarraShopping, alguém sabe me dizer por quê? “Ah, não tem
nada a ver com o Pontal do Estaleiro!” Mas é muito próximo, e o silêncio de
muitos é grande, muito grande. E eu não falo de suposições, eu falo do que está
lá no TRE, das facilidades que muitos dos senhores têm. Com todo o respeito!
Quero dizer mais ainda: os senhores sabem que somos responsabilizados por
aquilo que dizemos daqui.
Este
projeto me preocupou, sabem por quê? Primeiro, porque ele traz meia dúzia de
prédios inacabados. Nós todos sabemos que tem vários prédios inacabados no
Centro, por que para meia dúzia? Por que a pressa para aprová-lo no ano
passado? Alguém sabe dizer por quê? Por que alguns Vereadores que fazem
discurso bonito aqui desta tribuna me convidaram durante o ano para conversar
com alguns empreendedores para explicar melhor o projeto? Por quê? Estavam
preocupados com os problemas da Cidade? Eu acredito que sim, mas eu tenho
direito de ficar inseguro. Tem empreendedor que me ligou, e eu disse: por
favor, não me liga! Eu não fiz este projeto com parceria de ninguém, e não foi
para atender a este ou aquele prédio lá no Centro, na rua tal, ou dos
senhores... Eu saúdo os senhores que vêm aqui fazer esse movimento em defesa do
museu, até os recebi, mas disse: infelizmente, não atendo a projeto
individualizado; atendo a projetos de forma coletiva, senhores. Aí é que está a
grande diferença. Essa falácia de dizer que isto aqui vai atingir, vai causar
impacto no Plano Diretor, isso é pura chorumela. Isso é alguém que está
preocupado com alguma situação que eu ainda não consegui prever. Eu não tenho
problema algum em fazer discurso para agradar aqui, nem fui, nem sou, e muitos
dos senhores não são também comprometidos com este ou aquele segmento. Agora,
observem como foi a campanha, como alguns colegas tiveram dinheiro para pintar
esta Cidade, bordar esta Cidade! Sabem quem mais doou, quem mais ajudou? Pois
foi o segmento imobiliário, e é o segmento com que eu trabalho há 30 anos!
Então, eu sei do que estou falando. Eu tenho imobiliária há 30 anos. Eu os
conheço muito bem, e tem muita gente boa, muita gente séria nesse segmento;
agora, tem muito lobista, Presidente. Este projeto do Executivo, se for
aprovado, não traz penalidades; as emendas não consertam, e ele trata de meia
dúzia de projetos! Pelo amor de Deus! Talvez o meu projeto não tenha sido o
melhor do mundo, mas eu tive coragem de enfrentar porque nós temos que parar com
essas benesses, com essas coisas dirigidas. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para encaminhar a votação do Substitutivo nº 01 ao PLE nº 038/12.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, todos sabem que, na legislatura passada, eu era primeiro suplente
da coligação pela qual eu fui candidato. Nessas condições, Ver. Garcia, em
abril do ano que findou, eu fui para a casa porque os titulares voltaram,
candidatos que eram à reeleição. No final do ano que passou, por
condescendência do Ver. Kevin Krieger e considerando a necessidade de alguns
ajustes internos dentro da bancada do Partido Popular, eu assumi dez dias; era
a minha despedida daquela legislatura, eu já estava eleito para exercer a
Vereança nesse período. Na ocasião, pediram que eu dialogasse com o Ver.
Bernardino Vendruscolo, já que se queria votar um projeto do Governo em
dezembro, no final do ano, e ele relutava em aceitar aquela solução. Perguntei
sobre o que era o projeto, meu caro Ver. Paulinho Motorista, e me disseram que
era sobre os prédios inacabados no Município de Porto Alegre. Ora, achei
estranho que o Ver. Bernardino Vendruscolo fosse contrário a um projeto de lei
cujo objeto fosse acabar com os esqueletos que tantos transtornos criam à
cidade de Porto Alegre sob os mais diferentes aspectos. E assim fui conversar
com ele e observei que ele estava com uma postura irredutível e me argumentava
com muita firmeza. Saí de novo da Câmara, e o projeto não foi votado no ano
passado.
Desarquivado
este ano, as lideranças construíram, com a contribuição de diversos técnicos,
um substitutivo e entregaram ao Ver. Bernardino Vendruscolo a prerrogativa da
sua proposição. Esse substitutivo, entre outras coisas, Ver. Tarciso, retirava
um elenco de quatro ou cinco situações que eram fotografadas e colocadas como
privilegiadas dentro do projeto que deveriam ser necessariamente atendidas. Na
troca, se dizia que essas outras tantas situações seriam ou não atendidas
mediante determinadas circunstâncias e regramentos que um projeto substitutivo
e suas emendas colocaram dentro do projeto de lei, entre essas eu coloquei uma
que estendia para todo o Município de Porto Alegre essa possibilidade, não para
que qualquer um viesse aqui dizer que queria utilizar o benefício, alegando ter
um prédio inacabado. Não! Precisava ver se aquele dispositivo da Lei do Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano da Cidade estava satisfeito ou não, se
existiam as fundações, se o prédio era efetivamente inacabado. E eu dizia, na
última Sessão que nós tivemos aqui, que pouco me importava se o esqueleto
estava dentro do Centro Histórico ou fora do Centro Histórico, porque o
problema dos esqueletos era um problema negativo para toda a cidade, e não
especificamente para o Centro Histórico.
Hoje
esta Casa, com muita sabedoria, aprovou essa minha Subemenda, mas agora se
voltam todos contra o Substitutivo, Ver. Valter, que foi alvo de uma grande
composição nesta Casa. Fico surpreso que Vereadores que estavam comprometidos
com ele até pouco tempo agora estão com posição contrária. Eu respeito a
posição de todos. Agora, eu quero dizer, no meu pronunciamento, no momento em
que vai se votar o Substitutivo do Ver. Vendruscolo: as composições que eu faço
nesta Casa, quando eu concordo com alguma posição, quando eu me filio a alguma
posição, eu vou até o fim. Eu não modifico, salvo se houver um argumento muito
consistente para fazer eu mudar de posição, e esse não surgiu nesta Casa! Os
discursos que aparecem são verdadeiras ladainhas dizendo que o Substitutivo vai
terminar com o Plano Diretor. Nada disso vai acontecer! Ao contrário! Ele vai,
como tem sido muito bem dito aqui pelo Ver. Trogildo, ele vai fortalecer o
Plano Diretor, tirando da letra fria, como está hoje, tirando do papel e
botando na realidade, porque essas colocações que estão nas Emendas aqui, já
haviam sido pensadas anteriormente.
Presidente,
eu não vou criar transtornos para a sua bela condução dos trabalhos. Então,
pelo que eu disse e pela minha convicção de que o projeto de lei fica
absolutamente resguardado nos seus melhores objetivos, e, mais do que isso, que
o Substitutivo do Ver. Vendruscolo lhe dá uma grandeza maior do que a grandeza
que já tinha inicialmente, eu quero dizer, desta tribuna, alto e bom tom, que
vou votar a favor, e, se esta Casa quiser pensar por Porto Alegre e não por uma
vaidade política qualquer ou para um segmento dentro da sociedade, votem a
favor deste Projeto, deste Substitutivo do Ver. Vendruscolo, que é muito bom, e
ninguém tem condições de apontar os efeitos negativos. Era isso, Sr.
Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Alberto Kopittke está com a
palavra para encaminhar a votação do Substitutivo nº 01 ao PLE nº 038/12, pela
oposição.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros
colegas, venho aqui em tempo de oposição, e, obviamente, tenho que contemplar a
opinião que é comum aos três Partidos de oposição – PCdoB, PT e PSOL –, mas
quero resgatar, independente das opiniões apresentadas, como nós começamos este
debate e onde fomos parar. Nós tínhamos um conceito, uma ideia falada, dita, de
desenvolvimento do Centro – que bom! –, de tornar o Centro de Porto Alegre uma
área de primeiro mundo – ótimo! –, comparável às maiores metrópoles do mundo.
Esse era o discurso. Do discurso, tivemos um projeto, que já tinha outras
orientações, Ver. Marcelo Sgarbossa, bem mais específicas nos seus intentos. E,
ao longo do debate – o Substitutivo teve os seus méritos, com os esforços do
Ver. Bernardino, e saúdo a transparência dos seus motivos aqui apresentados –,
aquilo que era restrito ao Centro avançou para toda a Cidade; naquilo que se
sugeria o estudo prévio não poderia ter, porque iria dificultar; para aquilo
que antes era inacabado, passou a se exigir fundações, depois, nem fundação
mais precisava. Antes, se propunha, Ver. Bernardino, um prazo limite, e logo em
seguida vinha uma emenda aqui tentando criar um prazo infinito, postergado a
cada ano por mais e mais um ano. Então não é uma discussão contra ou a favor,
mas sobre a falta de transparência da discussão. E, ainda, como se não fossem
temas absolutamente relevantes os que foram mostrados aqui – com a opinião
muito importante do Ver. Airto Ferronato, que é Líder do Governo, mas teve a clareza
do que acontecia através desse projeto –, queriam votar em bloco. Isso não pode
acontecer nesta Casa! Nós temos que sempre fazer a discussão. Isso não pode ser
uma mera emenda, uma revogação do Plano Diretor da Cidade, e mudar regras durante o jogo é, sim,
algo que foge ao bom-senso. Não é correto mudar as regras para alguns,
beneficiar alguns que nem se sabe quem, Ver. Brasinha – que sempre é contra
emendas, sempre discursa aqui muito bem contra aqueles que querem mudar
objetivos iniciais dos que promovem os projetos. E hoje nós vimos, ao longo
desse projeto, como eu nunca tinha visto aqui nesses meus pequenos dez meses,
um projeto que acabou virando de joão para pedro. Então é um tema bastante
triste. É importante lembrar que a Prefeitura já tem instrumentos para
estimular; não precisa outra lei, Ver. Cassio, para dar vida para o Plano
Diretor, se utilizarem-se os instrumentos para a moradia popular o atual Plano
Diretor já tem. O Prefeito Haddad, de São Paulo, fez a desapropriação, semana
passada, de trinta prédios no centro de São Paulo cujas construções estavam lá
abandonadas, e a Prefeitura assumiu e criou trinta mil moradias populares no
centro da Cidade. Isso é política de fomento também. Vai desenvolver o centro,
vai diminuir o trânsito da Cidade, vai aumentar todo o comércio. Por que não se
faz também esse tipo de política? Só pode ser através de benefícios que vão se
abrindo, abrindo, abrindo, e se torna uma panaceia.
Então,
realmente, é uma discussão... A gente acabou tendo, na última Sessão, na
quarta-feira, uma discussão ideológica, se eram comunistas aqueles que eram
contra o projeto, eram contra o desenvolvimento da Cidade, e aqui ficou bem
claro que essa é uma discussão entre a transparência dos objetivos, a clareza
dos objetivos, ou objetivos que vão sendo colocados à revelia até mesmo dos
objetivos iniciais. Então, acho que a discussão foi muito válida e vai
chegando, de forma clara, para quem nos acompanha, efetivamente, o que está em
jogo, conforme a fala do Ver. Bernardino, que aqui muito bem expôs o que está
em jogo.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Bernardino Vendruscolo, o Substitutivo nº 01 ao PLE nº 038/12. (Pausa.)
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, eu voto “não” e estou
redigindo a declaração de voto, mas quero antecipar as razões a V. Exa. e ao
Plenário. O rejeitar de duas emendas, as duas últimas, contrariam a natureza do
projeto, que era um projeto de incentivo. Nós, na penúltima emenda, Sr.
Presidente, retiramos o carro, retiramos o cômputo dos carros, que conta no
Plano Diretor, portanto seria um projeto mais gravoso que aqueles do próprio
Plano Diretor. Por último, a questão das fundações, que também consta no Plano
Diretor, e nós retiramos. Portanto, o projeto não atingiria os seus objetivos e
seria mais gravoso para a Cidade. Muito obrigado.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, eu quero justificar por
que vou votar “sim”. Porque eu acho que estragaram o projeto, fizeram todos os
tipos de puxadinhos, gambiarras, estragaram o projeto. Então, vou votar “sim”,
com o Ver. Bernardino.
A SRA. ANY ORTIZ: Eu também voto “não”, porque eu acho que
a gente tem que votar o projeto que veio do Executivo.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador, eu voto “não”, mas quero aqui
ressalvar a boa intenção do Ver. Bernardino, que, inclusive, inicialmente,
retirava a lista dos prédios...
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Beleza, Vereadora. Ver.ª Sofia Cavedon
vota “não”...
A SRA. SOFIA CAVEDON: Mas que se transformou num monstrengo.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Por favor.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Presidente, o Ver. Valter falou bastante aqui. Gostaria de ter
exatamente o mesmo tratamento. Apenas o mesmo.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Nenhum privilégio.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): É que, senão, nós...
A SRA. SOFIA CAVEDON: As emendas transformaram num monstrengo e
revogavam o Plano Diretor.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado. Em votação nominal, solicitada
pelo Ver. Bernardino Vendruscolo, o Substitutivo nº 01 ao PLE nº 038/12.
(Pausa.) (Após
a apuração nominal.) REJEITADO por 8
votos SIM e 18 votos NÃO.
O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para a leitura da sua declaração de voto.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, a declaração de voto da
Bancada do Partido dos Trabalhadores manifesta seu posicionamento contrário ao
Substitutivo nº 01, que amplia as regras de incentivo à conclusão de prédios
inacabados para toda a Cidade, pois entende que o texto invalida o Plano
Diretor de Porto Alegre, que tem como conceito a revitalização. Entende que o
conceito de revitalização do Centro está correto e assim por diante. Esta é a
nossa declaração de voto.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado. Então, está apregoado o resultado. Todas as emendas, todo o
trabalho feito até agora está rejeitado, ou seja, não valeu nada! Agora,
voltamos para o Projeto original.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, logo depois vamos votar
o Projeto do Executivo. Eu gostaria de, pelo menos, dois ou três minutos para
recebermos as emendas.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Vereador, as emendas já estão sendo
distribuídas. Há meses, estão sendo distribuídas! A Sessão que terminou a
discussão foi na semana passada.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Se as emendas estão sendo distribuídas,
tudo bem!
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado.
(O
Ver. Bernardino Vendruscolo assume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, nós recebemos as emendas
conforme elas foram sendo apresentadas; elas não foram impressas novamente, até
porque é muito papel. De fato, nós temos dificuldades. Há apenas uma cópia do
Projeto. Então me parece pertinente a sugestão do Ver. Professor Garcia para
que tivéssemos uns minutos para nos apropriar do que será votado neste momento.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino
Vendruscolo): Que a paz
esteja conosco. Cinco minutos, Vereadores. (Pausa.) Apregoo a declaração de
voto do Ver. Valter Nagelstein. (Lê.): “As emendas rejeitadas descaracterizam o
objetivo do Substitutivo, em especial aquela que não permite contar a área de
estacionamento. Porto Alegre, 14 de novembro de 2013. Ver. Valter Nagelstein”.
O SR. PROFESSOR GARCIA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de
quórum.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino
Vendruscolo): Solicito a
abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, solicitada pelo Ver.
Professor Garcia. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Doze
Vereadores presentes, não há quórum.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo
– às 17h49min): Encerrada a
Ordem do Dia.
Passamos à
DISCUSSÃO
PRELIMINAR
(05 oradores/10
minutos/com aparte)
4ª SESSÃO
PROC. Nº 2968/13 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO
Nº 038/13, que estima a receita e fixa a despesa do Município
de Porto Alegre para o exercício econômico-financeiro de 2014. Com Emendas nos
01 a 04.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino
Vendruscolo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Bernardino Vendruscolo, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, último dia para discussão do Orçamento de 2014, em
Pauta Especial. É importante que a população tenha noção de que nós não matamos
aqui um leão por dia – são alguns leões por dia! Enquanto estamos discutindo
projetos densos para a Cidade, complexos, tensos, e entra um Veto do Prefeito
em um projeto de lei importante; e, ao mesmo tempo, está o Orçamento da Cidade
em debate nas Comissões e em Pauta. Este é, infelizmente, o último momento para
ingresso das emendas populares, e a população de Porto Alegre dificilmente fica
sabendo, a não ser, pontualmente – um grupo ou outro –, de que esse período é
possível. Portanto, nós já sabemos que estarão possivelmente prejudicadas as
emendas populares de serem aportadas. Mas o debate do perfil do Orçamento está-se
abrindo, neste momento, nesta Casa. Nós já fizemos a avant-première, fizemos um ensaio nas diretrizes para o Orçamento.
Não fomos, na minha avaliação, acolhidos – infelizmente a história não se
alterou. Aliás, dessa vez, foi bastante ruim o não debate proporcionado ao
conjunto dos Vereadores. As diretrizes orçamentárias receberam emendas que, na
sua grande maioria, foram rejeitadas
pelo Relator; portanto, Relatório foi acolhido e rejeitado na Comissão de
Finanças. E houve um pacto nesta Casa, um lamentável pacto, quero dizer aos
Srs. Vereadores, de não assinatura para destaque das emendas rejeitadas, e,
portanto, não foi possível fazer discussão em plenário da LDO – Lei de
Diretrizes Orçamentárias para 2014. Com isso, enfrentamos um Orçamento, hoje, sem
um debate anterior aprofundado, sem incidirmos sobre diretrizes para este
Orçamento.
As
nossas sugestões não serão incorporadas, as reflexões trazidas nesta tribuna
não serão incorporadas e não serão encaminhadas ao Governo.
Ora,
o Orçamento que chega aqui é um orçamento que chega com uma discussão, talvez,
do Conselho do Plano Diretor, que perdeu muito da representatividade que o
Orçamento Participativo tinha nesta Cidade. É um Orçamento, que, tenho certeza,
não é legitimado e assinado embaixo pela população de Porto Alegre, porque
temos dificuldades em visualizar quais são as prioridades que a Cidade definiu.
Se nós, Vereadores, temos essas dificuldades, através da participação direta,
que dirá a população de forma geral. Eu temo, arrisco – sem tirar o mérito de
quem se esforça, está nas Regiões e no Conselho do Orçamento Participativo – a
dizer que, infelizmente, a cidade de Porto Alegre tornou uma ferramenta que era
uma ferramenta de democracia participativa, de fato, numa nova instância de
democracia representativa, só que não deliberativa, o Conselho do Orçamento
Participativo, Ver. Sgarbossa.
Então,
tem uma nova instância, que já incorporou os pecados da democracia
representativa tradicional. Os Conselheiros, de forma geral – e não é uma
crítica pessoal, porque isso é uma indução de governo –, já não voltam ao
conjunto da base, ratificam as prioridades de governo, mascaram a verdadeira
participação popular e direta.
Em
escolas fundamentais, conquistadas há alguns anos pela participação popular, como
a Escola da Embratel, na Glória, como a Escola da Lomba do Pinheiro, na Quinta
do Portal, sequer o projeto foi realizado e licitado neste ano. São escolas – e
trato destas duas, emblemáticas – que respondem a necessidades em duas regiões
que têm agudo problema de atendimento das crianças pequenas, de seis, sete anos
de idade, que abarrotam ônibus, no horário de pico, Ver. Bernardino
Vendruscolo, para conseguir frequentar uma escola na sua região. Esse é o
problema da Lomba do Pinheiro e é o problema da Glória, que são as duas regiões
onde a situação é seriíssima em relação ao atendimento dos primeiros anos do
Ensino Fundamental.
Essas
regiões conquistaram no Orçamento Participativo as suas escolas. Não este ano,
não em 2011, não em 2010. Lá na Lomba do Pinheiro já está lá o terreno
reservado, não sei nem se não está ocupado. Na Glória, o terreno está
reservado, as comunidades começaram, lutaram por anos, e no ano seguinte
encontraram o terreno, conquistaram o terreno, e a Prefeitura não prioriza a
construção!
Uma
das emendas que fiz à Lei de Diretrizes Orçamentárias dizia isso: construa-se.
O Orçamento 2014 irá prever recursos para a construção das escolas priorizadas
pela participação popular, pelo Orçamento Participativo, na Lomba do Pinheiro e
na Glória. O Relator, Ver. João Carlos Nedel, e a comissão, a CEFOR, entenderam
que não tinha que constar essa diretriz; que não tinha que constar, Ver.
Alberto Kopittke! E o conjunto dos Vereadores bloqueou, não assinou – com
exceção da oposição e dos Vereadores Bernardino Vendruscolo e Tarciso Flecha
Negra –, não assinaram para poder trazer a plenário este debate.
Então,
acho que começamos muito mal o debate do Orçamento, porque o que se enseja por
aí pela frente é que nós não vamos conseguir ter permeabilidade. A democracia,
em Porto Alegre, tornou-se tão impermeável, que ela é uma antidemocracia. Ver.
Alberto Kopittke, como V. Exa. disse da tribuna, na semana passada, que aqui
nesta Cidade tem acontecido, em nome da democracia, de se instalar o
autoritarismo. Não sei se era bem essa a expressão, mas algo semelhante. E,
infelizmente, eu acho que sim, que se mascaram com estruturas de participação
popular as decisões que são unilaterais, totalitárias, do Governo Municipal. E,
infelizmente, a gente vê isso na relação com a Câmara de Vereadores; a gente
percebe isso claramente, acabei de relatar sobre as emendas, as diretrizes ao
Orçamento. E é o encaminhamento do Governo, não se permitirem emendas. Da base
do Governo, alguns Vereadores negociaram a sua emenda e por isso sequer
assinaram o destaque das emendas da oposição. Isso é muito grave, extremamente
grave, porque um Estado impermeável...
Estou
falando das diretrizes para o Orçamento – LDO –, não estou nem falando no
Plurianual, eu acho, Ver. Valter Nagelstein – que aqui interpela e que
acompanha –, é que nós devemos criar um outro clima. Acho que hoje de tarde foi
possível perceber que o atropelamento, o não destaque, a não discussão quase
gera um monstrengo. Acho que se conseguiu perceber, reagir e segurar a discussão
para fazê-la com um pouco mais de cuidado. Agora, essa impermeabilidade do
Governo é tão definidora ou tão definida pelo Governo que não tem preocupação
em prejudicar, por exemplo, crianças e adolescentes com deficiência. Fez um
veto político a uma legislação votada por nós.
Mas
eu quero falar de uma outra dimensão, porque eu vou voltar com emenda, porque
eu acho que nós temos responsabilidade de corrigir uma ilegalidade. O Fundeb, o
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica, restitui ao Município, é
um Fundo do Estado Rio Grande do Sul que captura recursos do Orçamento do
Estado e do Município e redistribui pelo número de matrículas. Cada criança
recebe um tanto. Então, onde é que se verifica como se dá esse retorno? No
censo escolar. Cada escola informa o número de alunos, verificado pela
Secretaria, turma por turma. As creches comunitárias, as escolas infantis
conveniadas também informam os alunos, também recuperam recursos do Fundeb para
o Município de Porto Alegre e não recebem esse recurso correspondente. E eu vou
seguir fazendo essa cantilena, Ver. Bernardino Vendruscolo. Eu encerro dizendo
que voltaremos com essa emenda. O Orçamento de 2014 deve corrigir essa
ilegalidade. O recurso que as crianças das escolas infantis comunitárias angariam
para o Município tem que chegar às escolas infantis comunitárias. Hoje vão para
outras contas, para outros custeios, é injusto, porque elas atendem às crianças
da periferia e atendem com muita dificuldade.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino
Vendruscolo): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
(A
Ver.ª Sofia Cavedon assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, diz o paisano “Nada és
verdad, nada és mentira, y todo tiene el color del cristal con que se mira”.
É muito fácil teorizarmos sobre as coisas quando não temos a responsabilidade
da execução. Nós tivemos uma bela aula, didaticamente colocada pela ilustre
Presidente no seu pronunciamento, teorizando acerca do projeto orçamentário.
Hoje, no Brasil, existe uma tentativa de se transformar o Orçamento, que hoje é
uma ficção científica, numa realidade concreta com a aprovação do chamado
Orçamento impositivo, que é uma pálida cópia daquilo que pretendia efetivamente
fazer o Senador Antônio Carlos Magalhães quando ainda Presidente do Senado há
anos. A verdade é que hoje, no País, na Administração federal, apenas para
exemplificar, o Orçamento é uma peça absolutamente fantasmagórica, que enseja, pela celebração de composições políticas,
especialmente nas chamadas emendas parlamentares, a grande negociação entre o
governo e a sua base. Hoje o regramento vigente para todo o Brasil não vigora
para o Orçamento federal. Nós temos prazo para ter Orçamento, o Governo da
União não tem. Às vezes, passa o ano, no interesse do Governo, e em março,
abril do ano posterior é que vai ser aprovado o Orçamento. O Orçamento de Porto
Alegre, neste ano, acentua algumas circunstâncias, especialmente retratando uma
realidade que não é de Porto Alegre, é uma realidade de todo o território
brasileiro. Nós sabemos que, em que pese a fúria fiscal, o crescente aumento da
tributação tem, ano após ano, decrescido os recursos das chamadas
transferências obrigatórias da União. São aquelas que, por força de lei, a
União tem que transferir para os Estados e Municípios. Não faz 48 horas, ou um
pouquinho mais, os prefeitos da totalidade dos Municípios brasileiros se
deslocaram até Porto Alegre para fazer a chamada Marcha dos Prefeitos, cuja
pretensão era acentuar a queda expressiva das transferências da União com
relação ao Município, sendo que Porto Alegre, por óbvio, não está fora desse
processo. Se é verdade, como aqui colocou a Aiamu, que, sem aumento de
alíquota, mas com uma boa exação fiscal, se aumentou o recolhimento dos
tributos municipais, aqueles diretamente vinculados ao Município – IPTU,
Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza e outras taxas –, se é verdade
isso, não é menos verdade que a transferência dos recursos da União e do Estado
para o Município caiu, Ver. Mario Fraga, assustadoramente, e isso se reflete
nesse Orçamento.
Então
se dirá que o Município recebeu polpudos auxílios do Governo Federal para as
obras de preparação da Cidade para a Copa do Mundo. Ledo engano! É verdade que
se teve alguns financiamentos com juros não tão abusivos como os demais, e com
prazos de carência mais alentadores. Se tudo isso é verdade, não é menos
verdade que, ao final e ao cabo, vão ser pagos pelo Município esses financiamentos.
E, pior do que isso, a burocracia no seu desembolso tem ensejado que várias das
obras aqui na cidade de Porto Alegre estejam hoje com graves e imensos atrasos,
fato que não é, Sra. Presidente e Srs. Vereadores, nenhum privilégio para Porto
Alegre. Hoje os jornais da Cidade mostram os atrasos imensos que as obras
federais prometidas para a Região Metropolitana estão a proclamar. Então,
quando falo sobre Orçamento, não posso deixar de dizer que, nos Municípios, a
ficção científica toma proporções de materialidade, porque aí não é ficção, é
realidade, está faltando recurso, a União manda menos do que tem que mandar, o
Estado, da mesma forma. O Município faz de tudo para conseguir enfrentar as
suas demandas e bate e esbarra nessa realidade.
Nessa
linha, Ver. Garcia, o Orçamento proposto pelo Governo Municipal não poderia ser
diferente. Mais uma vez, nós vamos ficar na expectativa de que os recursos de
transferência extraordinária, especialmente os de financiamento e aqueles dos
vários PACs que por aí se encontram, possam efetivamente ser desembolsado na
proporção anunciada, e não como são este ano, que não estão sendo
desembolsados. Os valores que o Município têm recebido nas transferências
especiais, nessas decorrentes dos programas de ação governamental, estão muito
aquém do que deveriam estar recebendo. Então, nessa linha, fazer Orçamento é um
trabalho insano, Ver. Mario Fraga, porque o que é que a gente orça? A gente
fixa a Despesa e estima Receita. Como estimar a Receita nessa insegurança que tem
aí? A Despesa tu já sabes que vai bater lá no teto. O ano que vem, o clamor dos
servidores públicos por melhores aumentos vai ser um fato porque a inflação
está de novo aí! Quem for a um restaurante popular vai observar que, em cerca
de um ano, a alimentação subiu 50%, e isso reflete na vida de cada um, e leva
todos às ruas para reclamar, para protestar e até para dar cobertura para o
vandalismo, que se prevalece da ação daqueles que estão legitimamente
protestando nas ruas.
Assim,
Sra. Presidente, ao concluir este meu pronunciamento, pouco podemos dizer a
respeito do Orçamento do Município se não que, em alguns aspectos, é
absolutamente necessário que se faça um deslocamento de recursos para que
alguns segmentos da Administração municipal não sofra um contingenciamento
exagerado, como está prognosticado. Eu sei, Ver. Garcia, que V. Exa. tem um
estudo pronto para enfrentar a queda da Receita na previsão de recursos na área
da descentralização da Cultura. E V. Exa., que é uma das cabeças mais
brilhantes da Casa e que é da Comissão de Finanças e Orçamento, que sabe como
promover essas emendas, há de contar com o nosso apoio neste particular, como
em outras tantas situações que aqui vieram a surgir na área da Cultura, na área
do Esporte, enfim, na área da Assistência Social, em todas os segmentos em que
a Administração pública se faça sentir.
Por
isso, Sra. Presidente, concluo dentro do minuto de tolerância que V. Exa. me
concedeu, dizendo com toda a clareza possível, que o Orçamento do Município não
deixa de ser uma ficção, mas que agora é uma ficção que tem que se ajustar à
Lei de Responsabilidade Fiscal, aos planos orçamentários trianoides e sobretudo
à Lei de Diretrizes Orçamentárias. Muito obrigado, Sra. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Valter Nagelstein está com a
palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Ver.ª Sofia Cavedon, na presidência dos
trabalhos; resistentes Vereadores que permanecem aqui, Ver. Alceu Brasinha,
Ver. Professor Garcia, Ver. Alberto kopittke, eu me sinto um pouco na tarefa
daqueles pregadores que pregam no deserto, Ver.ª Sofia, porque nós somos 36 e
restamos três aqui. Mas temos a felicidade da TVCâmara que também se encarrega
de espraiar, Ver. Alberto, a nossa palavra e as nossas ideias para além do
nosso plenário da Câmara de Vereadores. Estamos em um assunto por demais
importante, que é o Orçamento da Cidade, a consagração da vida real das
demandas da sociedade porto-alegrense, é a busca do atendimento das demandas da
sociedade porto-alegrense a partir da captação daquilo que é tão caro para
todos nós, cidadãos, que são os nossos impostos, que se convertem em programas
sociais. É por isso que eu sempre sou um grande defensor do desenvolvimento
econômico, porque não há forma de fazermos políticas sociais senão através da
arrecadação dos impostos. Quando falamos em uma sociedade por demais estatizada
ou com serviço público muito grande, nós não temos nova geração de riqueza; nós
temos uma riqueza que recircula dentro da máquina. O servidor público desconta
do seu imposto de renda, mas não há geração de nova riqueza, não há crescimento
econômico, e, a partir do crescimento da iniciativa privada, do desenvolvimento
a partir da iniciativa privada é que nós podemos garantir recursos para fazer
as tão necessárias ações sociais que se espera em nosso País. Mas as ações
sociais esbarram, por outro lado, na burocracia quase que invencível em nosso
País.
Há
pouco eu conversava no meu gabinete, com a minha assessoria, e nós nos
apercebíamos – Jesoni, meu caro amigo, que está lá no GPE, agora, ajudando
nessa difícil tarefa – o quanto dos nossos desejos, das nossas vontades
esbarram, ano a ano, nos entraves da burocracia e que não se consegue fazer
aquilo que, de fato, se quer fazer.
Eu
quero dizer que sou, com muita honra, Presidente da Comissão de Economia e
Finanças da Câmara. A Comissão de Economia e Finanças tem, por tarefa, examinar
a LDO, o PPA, num primeiro momento, que é o Plano Plurianual, que é aquilo que
o Governo planeja, como o Governo planeja alocar os recursos nos quatro anos do
seu mandato. Depois a LDO, que votamos a questão de um ano atrás, e agora a
peça específica de cada ano, que é o nosso Orçamento. E me chama atenção, Ver.ª
Sofia, diferentemente da sua fala, e aí tem uma divergência na nossa abordagem,
que reside no seguinte: a margem do Vereador é que, me parece, ficou muito
pequena; a margem da sociedade, através do OP é enorme! Isso é um ganho por um
lado, mas, por outro lado, é aquela velha discussão do antagonismo, Professor
Garcia, entre a democracia representativa e a democracia direta. Afinal de
contas, para que nós estamos aqui? Se nós não tivermos sequer uma parcela para
alocar de recursos, para andarmos pela Cidade, para ver quais são as necessidades
da Cidade para apontar para o Executivo. Nós somos 36 Vereadores e, entre as
nossas tarefas, está essa. Eu tenho que ir a uma praça, olhar aquela praça, ver
que ela está em péssimas condições e poder dizer para o Executivo: Olha,
Executivo, vocês tem que botar tabela de basquete naquela praça, vocês têm que
arrumar a quadra de futebol naquela praça, vocês têm que fazer a capina naquela
praça, vocês têm que fazer a iluminação naquela praça. Isso tem interface com
várias Secretarias. Nisso entra a SMOV com a iluminação, nisso entra a
Secretaria de Esporte com a quadra e com os equipamentos esportivos, entra a
SMAM e o DMLU na limpeza e na capina. Eu, como Vereador, tenho que ter uma
margem de autonomia para poder fazer esses apontamentos, e cada vez menos, Ver.ª
Sofia, se tem essa possibilidade.
Nós
temos um orçamento hoje de R$ 6 bilhões. Nós temos um custo com a folha de
pagamento dos funcionários que cresce a cada ano, e nós estamos chegando,
agora, em perigosos 49% do comprometimento da Receita de Porto Alegre com a
folha de pagamento: 50% daquilo que Porto Alegre arrecada está indo para a
folha de pagamento. Aí, entra a minha primeira questão, se esse dinheiro vai
para a folha, e ele é importante, é importante remunerarmos bem os nossos
servidores, e eu não tenho dúvidas disso, a primeira pergunta: será que nós
estamos fazendo justiça salarial? Será que há equidade na distribuição de renda
entre os servidores, ou existem categorias e castas de servidores públicos
muito beneficiadas e outras nem tanto? É a primeira questão, que é histórica, e
não é de agora.
Segunda
questão que temos que perguntar a respeito do Orçamento: será que a sociedade,
que está pagando 50% da Receita da Prefeitura Municipal para pagar a folha de
pagamento, está recebendo em contrapartida um serviço condizente com isso que
paga? Será que eu, cidadão, quando vou num guichê da Prefeitura Municipal pedir
um serviço, será que estou sendo atendido de forma condigna com aquele dinheiro
que eu estou pagando para a Municipalidade, para o Estado, para a União? A
resposta que eu tenho, infelizmente, é um rotundo não! E em todas as esferas!
Parece
que, muitas vezes, a gente chega numa repartição e, inobstante, à mercê do
esforço que alguns servidores possam fazer, ainda não há cultura de que o serviço
público está a serviço do cidadão, do contribuinte. Parece que, às vezes, nós
estamos mendigando um serviço, quando, na verdade, não deveria ser assim.
Nós
deveríamos ser tratados de S. Exa., o contribuinte, o cidadão, aquele que paga
o imposto, que paga o salário e que merece ter um serviço de qualidade. Muitas
vezes, volto a dizer, não é assim. Nós chegamos numa repartição, num guichê, e
nos sentimos maltratados.
Então,
a primeira questão é esta do 50%; nós precisamos caminhar para a meritocracia, porque
precisamos medir o desempenho do servidor público. Nós precisamos fazer
pagamento de gratificação mediante a aferição de atingimento de metas.
Eu
quero uma poda na minha casa, quanto tempo eu vou esperar? Quantos servidores
da SMAM têm para despachar a respeito disso? Quanto tempo cada servidor fica
com o mesmo processo? Por que um fica uma semana, o outro, um mês? Precisamos
ter critérios mais claros e mais transparentes! Tudo isso se precisa.
Então, eu quero dizer que este momento é
muito importante na vida do Vereador e da sociedade, porque é o momento em que
nós caminhamos pela Cidade, vemos as coisas, e cumprimos com uma parcela da
nossa obrigação como Vereadores, que é apontar no Orçamento onde é que o
Executivo pode alocar recurso. Por exemplo, fui Secretário da SMIC e não
consegui fazer a reforma do horto da Praça Parobé, ali ao lado do Mercado Público, na
frente do prédio da Federasul. Aquilo é uma estrutura metálica, com 2 metros e
pouco de altura, deteriorada e dando choque. Nós vamos esperar alguém morrer
para fazer a reforma do horto da Praça Parobé?
Eu fui atrás de
uma outra história: revitalização do Viaduto Otávio Rocha. Aí me diz a Epahc –
Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural, que botou aquela cerca horrorosa
na frente da Fonte Talavera: não pode pintar o Viaduto Otávio
Rocha. Não posso pintar, mas pichar pode? Tudo pichado, do jeito que está,
pode? Pintar não pode. Então eu quero R$ 1 milhão para colocar para pintura ou
para limpeza do Viaduto Otávio Rocha no orçamento.
Academias de
praça. Uma academia de praça custa R$ 35 mil. Qualquer cidade no Brasil tem
muito mais academias de praça do que Porto Alegre. As pessoas saem do trabalho
e podem ir para uma praça desestressar. A Praça Nações, Ver. Alberto Kopittke,
ali no bairro Petrópolis; a Praça Mafalda Veríssimo... Podemos pegar o bairro
Tristeza, a Zona Norte e tantas outras regiões. Eu desejo e quero 20 academias
de praça em Porto Alegre. Não é muito! É R$ 700 mil num orçamento de R$ 6
bilhões.
Lixeiras. Temos
aquelas lixeirinhas de plástico do DMLU, ruins de colocar o lixo, pequenas e
ruins de limpar. Uma lixeira – eu fui ver – de metal, bonita, como as que
colocaram na Praça da Alfândega, custa R$ 36. Por que não podemos fazer uma
emenda – e eu estou propondo essa emenda – para colocar 5 mil lixeiras num ano?
Se nós aplicarmos, a cada ano, 5 mil lixeiras, vamos ter 20 mil lixeiras em
Porto Alegre em quatro anos, sendo R$ 36 o custo individual de cada lixeira.
Então tem que ter isso!
Porto Alegre perdeu, por força da política do Governo
Federal, infelizmente, de 2012 para 2013, 10% do FPM, que é o dinheiro que vem
dos repasses das contribuições dos impostos. E, com relação ao Governo Federal,
essa política é equivocada, Ver.ª Sofia. A política de fazer a desoneração
daquilo que é imposto e manter o que é taxa de contribuição. Quanto às taxas de
contribuições, o Governo Federal fica com esse recurso, mas aquilo que é
imposto, como, por exemplo, o IPI, que fez essa política do carro e inundou as
cidades brasileiras de veículos, tinha que ter uma vinculação necessária do
IPI, da CIDE e do dinheiro
do IPVA para fazer conserto de rua na cidade. Nós temos, hoje, quase um milhão
de carros emplacados em Porto Alegre, e quantos e quantos carros... É mais
fácil comprar um carro do que um terno. E quantos e quantos carros todos os
dias? E qual é o dinheiro que tem vinculado para fazer isso?
Então,
nós temos que fazer também, desde aqui, no Município, esta reclamação em
direção ao Governo Federal, porque perder 10% do Fundo de Participação do Município
é muito dinheiro; o Município não tem condição de arcar com uma perda dessa
monta, Ver.ª Sofia Cavedon.
Quero
agradecer e dizer que é um tema extremamente importante; dizer que o Governo do
Município, infelizmente, Ver. Professor Garcia, deixou só 2% no Fundo...
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Vereador, conclua, por favor.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Eu concluo. Só 2% para o Fundo de
Reserva, o que nos dá uma margem... porque a maior parte dos Vereadores mexem
no Fundo de Reserva. Então, o que nós vamos ter que fazer? Ir nas rubricas das
Secretarias, Ver. Alberto, e tentar, com a nossa sensibilidade de homens
públicos que andam pela Cidade, que veem as coisas, buscar dinheiro daqui e de
acolá, de dentro do orçamento da Secretaria, para colocar na ponta, naquilo que
mais precisa. Esse talvez seja o nosso maior desafio agora quando nós
construirmos a nossa Peça Orçamentária que vai vigorar para o ano de 2014.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver. Valter, que se empolgou um
pouco, mas dez minutos já é bastante bom para discutir o Orçamento.
O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Ver.ª Sofia Cavedon, presidindo os
trabalhos; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, público que nos assiste, eu vejo
que discutir a LOA é um dos momentos mais importantes aqui nesta Casa. A Lei de
Orçamento Anual é um momento em que nós podemos projetar e informar à população
aquilo que está previsto e o que vai se gasto por parte do Município. E falo
assim porque, durante oito anos, aqui nesta Casa, tive a oportunidade de fazer
parte da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento; fui duas vezes Relator do
Plano Plurianual de Porto Alegre; duas vezes fui Relator do Orçamento, e duas
vezes fui Relator das Leis de Diretrizes Orçamentárias.
O
Projeto de Lei do Executivo que trata sobre a Lei Orçamentária foi elaborado
através do planejamento previsto no Plurianual, que nós votamos recentemente.
Esse Plurianual é de 2014 até 2017, ele fixa despesa no Município de Porto
Alegre com exercício financeiro do próximo ano, 2014. A referida lei estima uma
receita para o próximo ano de R$ 6.002.424.005,00.
Queremos
dizer também que esse Orçamento foi discutido, nas 17 Regiões da Cidade, por
intermédio das assembleias regionais. Os parâmetros elaborados para a
elaboração da Lei Orçamentária Anual acompanha as projeções do cenário
econômico. E é importante: o FMI projeta crescimento global, para o ano que
vem, em 3,6%. A previsão projetada em nível nacional é de 3,2%, e a projeção de
crescimento para a economia gaúcha deve chegar aos 3%. Nessa perspectiva, o
Orçamento foi dividido em programas de Governo do Executivo e programas de
Governo do Legislativo, porque também estaremos votando o programa de Governo
do Legislativo. O programa de Governo do Executivo faz a parte estratégica da
administração e foi dividido em três eixos que abrangem três programas
estratégicos. Esses três programas têm abrangência no eixo ambiental, no eixo social
e no eixo de gestão. O primeiro eixo visa buscar uma cidade equilibrada no
desenvolvimento sustentável, respeitando os recursos naturais e a dignidade da
pessoa humana, assim abrangendo os programas: Cidade em Transformação,
Desenvolver com Inovação, Nossa Copa e Qualifica POA. Para os senhores e as
senhoras terem uma ideia, o total desse eixo é de R$ 1.021.000,000,00,
dividido: na Cidade em Transformação, R$ 167 milhões; Desenvolver com Inovação,
R$ 23 milhões; Nossa Copa, R$ 422 mil; e o Qualifica POA, R$ 408 mil.
O
eixo social aborda questões sobre o desenvolvimento social, principalmente para
as pessoas que mais necessitam das ações do Governo. Esse programa vem promover
o acesso à educação, saúde, cultura, lazer e segurança. Também passa a ter um
olhar atento em relação às crianças, ao adolescente, aos jovens. Programas:
Infância e Juventude Protegidas, Porto Alegre Mais Saudável, Porto da
Igualdade, Porto da Inclusão, Porto Viver e Segurança Integrada. Este Eixo
prevê R$ 1.348.000,00. O Eixo da Gestão tem por objetivo valorizar e modernizar
os serviços públicos prestados pela Prefeitura, principalmente no que tange à
questão de novos investimentos e à valorização dos servidores públicos. Este
Eixo representa os Programas: Cidade da Participação, Gestão Total, Você
Servidor. Para este Eixo está previsto um valor de R$ 3.384.000,00. Para a
Câmara Municipal, há uma previsão de R$ 115.631.000,00. As reservas
correspondem a 2,20%. E, nas Reservas, são R$ 132.000.000,00. Isso aqui já foi
muito discutido na Casa – a questão das reservas. O Governo Municipal
normalmente pedia 10% para a Reserva, e sempre qual era o questionamento?
Dizia-se e continua-se dizendo: 10% é dar um cheque em branco para o Sr.
Prefeito – de R$ 6 bilhões, seriam R$ 600 milhões –, para ele executar da
maneira que bem quiser.
Esta
Casa, com o zelo característico, nunca permitiu isso. Eu quero aqui fazer
alguns comentários que eu acho importantes, já foi colocada aqui sobre a perda
da receita do Município em relação ao Fundo de Participação dos Municípios.
Imaginem os senhores e as senhoras que grande parte dos Municípios do nosso
País vivem do Fundo de Participação dos Municípios. Isso mostra que em 2014 nós
vamos ter uma penúria nacional, e mais uma vez vão ocorrer as diversas idas dos
Prefeitos, com o chapéu na mão, para convencer o Presidente da República.
Quando eu falo isso – e eu sou municipalista –, quero dizer que a vida das
pessoas ocorre nas cidades. Eu entendo que deveria ser feito o contrário, ou
seja, contribuição no Município, e os Municípios repassarem para o Governo
Federal, porque é muito cômodo: quem não produz nada arrecada tudo, e eu tenho
que ir lá pedir o favor para me darem aquilo que é meu de direito. Nunca se
teve coragem de fazer uma reforma política, monetária, tributária nesse
sentido.
Também
quero colocar algumas preocupações: Porto Alegre hoje tem um custo de 49,6% em
relação à despesa com pessoal. Nós já estamos com sinal amarelo em relação ao
limite prudencial. Isso mostra que em 2014, Porto Alegre, no próximo dissídio,
estará sujeita a não ter recursos, em função da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Assim, o Prefeito terá que fazer novos ajustes, além daqueles que está dizendo
que fará.
Outra
preocupação que temos é em relação à capacidade de endividamento. Porto Alegre
contraiu muitas dívidas pelos recursos. É importante dizer que a Copa do Mundo
foi um belo pretexto para as obras. Se não houvesse a Copa do Mundo, certamente
as obras não aconteceriam com esse vigor. Ao mesmo tempo, é importante dizer
que, quando se fala das benesses do Governo Federal, na realidade, precisamos
lembrar que cada centavo que vem para nós, nós teremos que pagar num prazo de
20 anos. O que está acontecendo? Como Porto Alegre contraiu novas dívidas, nós
não poderemos contrair novos empréstimos. Abrimos um canteiro generalizado na
Cidade e, ao mesmo tempo, começam agora as dificuldades de como pagar e de como
completar todas essas obras. Mas o Executivo terá de priorizar entre as suas
Secretarias o que é mais urgente – essas são as obras mais importantes –, e o
que é necessário, que será feito ao longo do tempo. Já sabemos que todas as
obras que se pretendia fazer nesse bojo da Copa do Mundo, não terão essa
possibilidade. Então, mais uma vez, o que eu quero colocar é que, mesmo com um
Orçamento de R$ 6 bilhões, hoje, a questão financeira do Município de Porto
Alegre está com sinal amarelo, mostrando que nós estamos, sim, com uma
dificuldade de enfrentar. Não é por acaso que todas as Secretarias já receberam
uma determinação de enxugamento. O Ver. Reginaldo Pujol colocou que eu tenho me
debruçado em algumas questões da cultura, que eu tenho... É porque, quando tu
tratas da questão da cultura, da questão do esporte, da questão da recreação,
da questão do lazer, tu estás tratando das necessidades básicas da população,
que muitos podem achar... Mas a comida tem tanta importância quanto à questão
do aspecto cultural, do aspecto esportivo, do aspecto do lazer e da recreação,
que é um direito que todo cidadão deve ter. E como vai ficar? À medida que se
tiram recursos, algum ou alguns ficarão de fora. Na realidade, sabemos que o
Orçamento é para todos, mas, volto a dizer, Porto Alegre com R$ 6 bilhões,
mesmo assim, está com sinal amarelo. Muito obrigado, Vereadora.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Alberto Kopittke está com a
palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caro Professor Garcia, Ver.ª Sofia, que
resistem aqui no nosso plenário. Eu acompanho essas discussões até como uma
forma de aprendizado com os colegas que se encontram aqui na Casa e na
discussão da Cidade há mais tempo. Digo isso de forma transparente, aberta,
porque, efetivamente, não é simples se apropriar da discussão, até porque é
preciso ter um histórico sobre os rumos da Cidade nos últimos anos, para onde
ela está indo. E a discussão que nós estamos tendo aqui sobre a Lei de
Diretrizes Orçamentária é exatamente essa discussão de fundo, para que não
fiquemos apenas em questões menores e possamos discutir o destino da Cidade.
Dentro disso, acho que é importante... Eu quero aqui, na verdade, dialogar mais
com a fala do Ver. Pujol. Eu acho que é fundamental começar como pano de fundo,
com a questão macroeconômica que vive o Brasil hoje. Eu acho que, antes de
tudo, se o nosso País ainda vivesse aquela situação de crise, aquela situação
de Risco Brasil, aquela falta de crédito, em que absolutamente ninguém aceitava
emprestar nem para a União, nem para os Estados, nem para os Municípios
brasileiros, que sequer crédito tinham, inclusive a União não repassava
recursos nem fazia investimentos. A União não tinha um plano de investimentos
no Brasil. É importante lembrar isto: durante o Governo Fernando Henrique, a
União não teve um plano de obras, muito menos um plano de investimentos em
parceria com os Municípios, como nós estamos vendo agora. Citando apenas o
último PAC, o PAC Mobilidade, que a Presidenta Dilma está lançando agora, são
R$ 50 bilhões em obras, sendo que praticamente R$ 2 bilhões desse montante são
para Porto Alegre. Mas muito mais do que falar dessa ou daquela obra, é preciso
enxergar o pano de fundo da economia brasileira, uma das economias que mais
cresceu e a que mais incluiu no mundo ao longo desses 10 anos. A economia que
mais incluiu não foi a da China. Existem alguns liberais aqui que são
apaixonados pelo modelo chinês de crescimento, sem democracia, com o trabalho
escravo, sem nenhuma lei ambiental, em uma ditadura absoluta. Esse é um outro
modelo que alguns liberais brasileiros ainda veem com admiração. Isso porque o
estado chinês, na verdade, está fazendo investimento nas empresas privadas; por
isso que ele se tornou, na verdade, esse grande paraíso do liberalismo. E não
foi a Índia também, que ainda é uma sociedade de castas. A sociedade que mais
se desenvolveu foi a brasileira, pois apenas aqui, em Porto Alegre, são mais de
30 mil famílias que recebem o Bolsa Família; mais de 2 mil jovens no Pró-Uni;
mais de 500 jovens no Ciências sem Fronteiras. Isso tudo são mecanismos que vão
fazendo uma estimulação onde antes era área sem economia, era uma zona morta da
economia de mercado do próprio País. Então, esse é o pano de fundo hoje do
Brasil, um País que tem crédito, um País que tem projeto e que, com certeza,
vai seguir nesse rumo. Só para mostrar, Ver.ª Sofia Cavedon, o desemprego em
Porto Alegre atingiu 5% no último mês; no final do Governo Fernando Henrique,
esse desemprego era de 15%. Então, nós temos aqui dois modelos completamente
diferentes, e esse é o pano de fundo que precisa nos dar clareza do que está acontecendo.
Isso que nós passamos pela maior crise financeira, desde a crise da década de
1920. Então, acho fundamental isso para vermos as diferenças de projeto
econômico, político e social que norteiam as discussões sobre orçamento no
Brasil.
E
eu até concordei muito com a fala do Ver. Valter, de que, efetivamente, a
Prefeitura aqui da nossa Cidade, no último período, aumentou demasiadamente
seus gastos na folha de pagamento. Sim, com distorções internas que, muitas
vezes, não se conseguem vencer, porque alguns vereadores e deputados, no caso
da Assembleia, acabam se dobrando a discursos corporativistas, em vez de
privilegiarem, na verdade, aquelas categorias que percebem menos recursos. Isso
só para dizer, por exemplo, do subsídio do Ministério Público, que está em
discussão, do aumento retroagindo a 2005 – só para dar um exemplo, pois hoje
está na ordem do dia, e muitas vezes nós não vemos alguns colegas falarem sobre
isso. Cada um desses privilégios depois estoura nas contas do poder público do
Brasil. Eu acho que a Prefeitura, na verdade, o grande estouro, o grande
inchaço da atual gestão, o grande comprometimento das finanças dos cidadãos de
Porto Alegre está no inchaço de CCs. Esses que, por muitas décadas, alguns
jornalistas esbravejavam como os “companheiros” na administração pública, do
“petismo”. E, agora, para minha surpresa, cara coordenadora da nossa Bancada,
hoje, a Prefeitura, que na época tinha 250 CCs, hoje tem 1.100 CCs. Isso não
aparece na grande imprensa, isso não é capa do grande jornal do Estado; isso
parece que passa em branco, esse grande inchaço para contemplar uma base de
alianças sem nenhum tipo de identidade ideológica, apenas baseada no carguismo.
Então, essa é a realidade que hoje é a pedra que está fazendo Porto Alegre
afundar. E o Prefeito hoje está refém disso, ele, que determinou que os
partidos indicassem 95 CCs. Ele cresceu demais, em vez de ter feito o cálculo
sobre o Orçamento, no final do ano passado, agora, depois de anunciar a quebra
da Prefeitura, que se encontrava muito bem saneada, quebrou e depois se perdeu
no corte dos CCs e não consegue tirá-los. Vejo o Delegado Wilson Müller, a quem
deixo o meu grande abraço, o nosso Presidente da Associação dos Delegados do
Rio Grande do Sul, figura pública do nosso Rio Grande, da mais alta conta. A
minha saudação ao senhor.
Voltando
ao Orçamento do nosso Município, também concordo com o Ver. Valter sobre a
baixíssima qualidade dos serviços. Inclusive, eu me lembrava da meritocracia,
com a qual eu concordo, por outro ponto de vista. Acho que têm que serem
auferidos os indicadores de gestão, os indicadores finalísticos, não os da
Governadora Yeda, segundo a qual era melhor secretário aquele que mais cortava
serviços. Não, penso que é aquele que melhor os implementa. Essa é a diferença
entre os dois modelos de meritocracia.
Eu
vejo o Plano de Metas da Prefeitura, e 75% dos projetos da atual gestão estão
no vermelho, não estão sendo cumpridos. Então, nós temos aqui um nó que foi
dado na administração da Cidade, na minha opinião sincera, porque, na gestão
anterior do Prefeito Fogaça, não se elaboraram os projetos para a Copa do
Mundo. Nós ficamos praticamente sete anos sabendo da Copa, sabendo dos
investimentos que a União poderia fazer, e não organizamos as obras. E depois,
só agora, no último ano, ano e meio, a Prefeitura botou para fora os projetos,
correndo, muitos sem projetos executivos. Só para dar um exemplo, cito a famosa
Pedra da Anita, que está nos estudos geológicos há mais de 20 anos e que
esqueceram de olhar até o plano geológico daquela região. Então, houve uma
falta de planejamento. E qual é o resultado disso, além do caos do trânsito que
estamos vivendo? Um comprometimento financeiro da Cidade. A atual gestão está
assinando cheques datados de 2024, na grande maioria dos seus financiamentos. É
importante que a Cidade veja que não vai poder fazer obra durante os próximos
10, 15 ou 20 anos, com base no que atual gestão está fazendo.
Eu
ouvi aqui do Ver. Pujol que a União não ajuda em nada. Tenho certeza de que o
Prefeito Fortunati não concorda com isso. Eu tenho a mais absoluta certeza,
porque a Presidente Dilma não faltou nenhuma vez que o Prefeito Fortunati pediu
ajuda. E nós, aqui, temos sido interlocutores, independente do fato de sermos
oposição. Como, por exemplo, o metrô, recentemente anunciado, que é um símbolo
dessa nossa visão deste novo País. O metrô, que é uma PPP, uma concepção
absolutamente inversa às antigas privatizações, mas que é uma parceria entre a
União, o Estado, que está dando também R$ 1 bilhão – e o Município para a
realização dessa obra. E eu escuto aqui do Ver. Pujol que a União nada faz.
Isso, sem falar da restauração do Mercado, das obras de saneamento, das
creches, das moradias, das obras de pavimentação – porque até isso a Presidente
Dilma está enviando aqui para Porto Alegre. E isso sem falar da renegociação da
dívida, que está sendo concluída no Senado. Essa renegociação da dívida
histórica, que o Governador Tarso tem liderado, é que vai servir muito para
Porto Alegre reduzir a sua dívida e, se possível, não só o ativo da dívida, mas
também os pagamentos mensais, possibilitando que Porto Alegre inclusive consiga
pagar os empréstimos que está contraindo hoje. Acho que essa é a grande
diferença. E os Vereadores da situação falaram muito da redução do FPM, que é
verdadeira. Agora, o grande problema, na verdade, e é preciso que se veja isso,
não está nas receitas vindas da União; está nas receitas diretas do Município,
principalmente aquele que é o imposto base do Município, que é o IPTU. A
receita do IPTU não tem crescido em Porto Alegre. Como, se eu vejo obras por
todos os lados, imóveis sendo entregues? Onde está o nó? Por que o IPTU não
está entrando nos cofres do Município? Porque tem um problema de gestão no
SIAT, já várias vezes denunciado pelo Ver. Mauro Pinheiro. Então, temos um
grande problema de planejamento. A nossa Cidade, hoje, se vê completamente sem
recursos, inclusive para realizar os mais básicos serviços, e comprometeu, de
forma extremamente perigosa, porque não vai mais poder dar aumento para os seus
servidores, porque inchou de CCs, e não vai mais poder fazer obras. Essa é a
situação da nossa Cidade. Preocupa-nos muito porque isso não aparece nos
planos, que até já foram mostrados recentemente no jornal; com relação ao Plano
de Obras, a Prefeitura acabou realmente gastando 10% do que estava naquele
papel. Então, precisamos ver a situação com muita gravidade, porque a nossa
Cidade, hoje, se encontra no vermelho, na verdade; mas não é o vermelho do PT,
Ver.ª Sofia, é o vermelho das contas, pois não há recursos, de forma
irresponsável, atingindo todos os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Apregoo o PR nº 049/13, de autoria do
Ver. Bernardino Vendruscolo.
Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h49min.)
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